Desinformação

Fui nesse último sábado a um novo restaurante aqui de minha região. O local tenta mesclar um ambiente de pub com comidas sofisticadas. A carta de cervejas era vasta, com mais de 70 rótulos disponíveis e o que achei mais em conta foi uma Bierland Vienna, custando 16 reais e pouco. E finalizamos com a Chimay Cinq Cents, cuja garrafa grande custou 59,00.
Ao servir a Chimay o garçom começou a discorrer sobre suas características, mas cometeu vários equívocos, que foram esses, pelo que me recordo: “a cerveja que vocês beberam antes, a Bierland Vienna, é uma Pilsen, já a Chimay é uma Tripel que passa pelo método de Champenoise, dando mais gás carbônico e espuma a cerveja. Ela é muito lupulosa também”. Na hora fiquei sem ação, não sabia se o corrigia, mas acabei não o fazendo. Comentei o assunto à mesa, meu amigo também notou que ele falou um monte de “m”, já que também entende do assunto e até nossas namoradas acharam estranho o que ele disse.
Fiquei com isso na cabeça, se chamava o garçom e comentava a situação, mas receoso de soar pedante ou indelicado, deixei quieto. Quando íamos embora o garçom original que estava nos servindo perguntou sobre o que achamos da casa, tinham inaugurado há pouco tempo e qualquer tipo de crítica seria aceita. Já que ele deu brecha expus toda a situação, informei que é melhor o garçom apenas servir a cerveja sem falar nada, caso ele não esteja 100% certo do que está falando. Acreditava que ele tivesse passado por algum tipo de treinamento e sem ter tido tempo de assimilar as variedades de estilos e cervejas fornecidas pela casa, já que provavelmente antes ele deveria ser leigo no assunto, acabou se enrolando nas peculiaridades, diferenças e nomenclaturas de cada uma. Expliquei que já bebia essas cervejas há tempos e por isso saquei logo os vários erros que ele tinha cometido durante a explanação e que uma pessoa que não conhecesse a fundo a cerveja seria enganada com uma desinformação. Ele me disse que a carta e o treinamento foram feitos pela Deise Novakosk, famosa sommelier que eu jurava ser conhecedora apenas de vinhos e não cervejas.
Quis expor aqui no fórum o ocorrido, pois ainda tenho dúvidas se a minha atitude foi das mais corretas. E outra, achar erros grosseiros num assunto que domino de certa forme foi fácil. Mas se eu tivesse solicitado ajuda na escolha de um vinho, por exemplo, já que não entendo nada de vinhos, teriam me dado informações corretas sobre ele? E quantos outros restaurantes, bares e pubs não estariam nesse mesmo caminho?
No fim creio que a postura de um ignorante seja mais benéfica que a de um desinformante.

Gostei da sua atitude. Eu faria o mesmo. Ficaria quieto durante a explanação do garçom e provavelmente só comentaria o erro numa caixa de sugestões, com o gerente ou caso o garçom desse essa brecha.

Gil eu tb já passei algumas vezes por isso com vendedores de quisques em shopping, ate tentei argumentar apontando o erro mas o vendedor ainda foi pedante falando que quem estava errado era eu.
Resultado fui embora não comprei nada e não volto mais =]=]=].
Assim como em um empório aqui em Campinas dei uma aula para o vendedor que gostou muito agradeceu pelas explicações e falou que era especializado em vinhos e que sempre era bom novas informações sobre cervejas.

Mas eu sempre tento demonstrar o erro, vai muito do jeito como você fala, mas creio que como amantes desse mundo devemos sim informar corretamente, as vezes pegamos pessoas pedantes mas podemos pegar pessoas interessadas em aprender.

Aliás, essa desinformação é um dos motivos pelos quais não consumo vinho. Nos restaurantes são caríssimos e não terei garantias da qualidade do produto, nem se ele atenderá o meu gosto.

Sommelier de araque é o que mais tem por aí.

cara, atitude correta, ao meu ver.

esqueci de mencionar que em nenhum momento eu pedi pro garçom falar sobre a Chimay, ele que de livre e espontânea vontade começou a repassar seus (precários) conhecimentos.

e nesse caso, até mesmo se ele tivesse falado sobre a Chimay de forma correta e exemplar, creio que ele estaria sendo um garçom chato. explicar bebidas/pratos só é aconselhável quando o cliente perguntar, senão soa como pedantismo ou intrusão.

muitas vezes a pessoa só quer consumir e papear, sem se importar muito com o conteúdo do copo ou prato.