Mudando notas de análises

Eu procuro nunca acumular mais de uma avaliação para a mesma cerveja. Mesmo quando o envase realmente faz diferença (como no caso das cervejas de garrafa verde em comparação com a versão em lata), eu prefiro colocar ao final uma nota explicitando a diferença, tipo "a versão em lata não apresentou MBT, e isso ressaltou tais-e-quais características". Em 99% das cervejas, acho que as diferenças entre uma long neck e outra são tão relevantes quanto as diferenças entre uma long neck e uma garrafa de 750 ml, então não acho que o envase justifique duas avaliações. Mesmo quando a receita claramente mudou, eu atualizo e mantenho apenas a versão atual daquela cerveja - afinal, quem entrar no site irá poder comprar a versão atual, e não a receita que era vendida 2 anos atrás.

Gosto da ideia de alguém ler a avaliação de uma cerveja e ter todas as informações reunidas ali, sem precisar ficar "caçando". Uma exceção apenas: quando se trata de cervejas de guarda com intervalos consideráveis de tempo de guarda. Aí eu deixo mais de uma avaliação. Por exemplo, uma Orval com 2 anos de garrafa tem uma avaliação separada em relação a uma Orval com 1 ano.

Quanto a manter um registro pessoal do meu crescimento como avaliador, isso eu guardo nos meus registros aqui em casa, acho que é algo que interessa mais a mim do que aos visitantes do Brejas. Já escrevi bastante bobagem aqui no ranking e, com o tempo, fui procurando corrigir algumas coisas e padronizar algumas percepções. Claro que muita coisa ficou como era no começo, até porque não é toda cerveja que a gente volta a degustar. Mas, no geral, prefiro deixar apenas coisas que coincidam com as minhas percepções mais recentes.

Não vejo problemas em mudar minhas avaliações. Sempre utilizei o ranking como um arquivo pessoal. Pode ser uma postura um tanto "irreponsável" - mas a ideia, a meu ver, é que ninguém leve muito a sério estas avaliações...tem muitas cervejas que são mal-avaliadas e que eu adoro!

Como diria o Kant do boteco: Bibere Aude!

O que preciso é voltar a avaliar. Perdi um pouco a motivação.

Alexandre,
vc tocou num assunto que eu estava pensando esses dias.
quando tomei a Fullers Vintage Ale tomei a 2009 e fiz uma avaliação geral da cerveja e contei aos colegas.
o dono da loja me falou que cada ano da Vintage Ale corresponde a uma apresentação totalmente diferente da outra, praticamente dizendo: "a 2009 é uma cerveja, a 2008 é outra, e assim por diante..."

Isso confere? Alguém já tomou "safras" diferentes da Fullers Vintage Ale? São realmente tão distintas?

Nesse caso, não seria o caso de registrar várias FVA no site?

FABIO FLEMMING escreveu:

Isso confere? Alguém já tomou "safras" diferentes da Fullers Vintage Ale? São realmente tão distintas?

Embora eu nunca tenha tomado duas safras diferentes dela, sei que isso confere, sim. Vc guardou a caixinha na qual ela vem? Dentro dela, existe um folhetinho em que vc pode inclusive ver as diferentes características de cada safra, incluindo diferentes ingredientes que foram empregados em cada ano. Pelo menos na 2008 tinha esse folhetinho. Pequenas variações a cada safra, quase insignificantes, podem ocorrer em qualquer cerveja por causa dos ingredientes (pode haver safras melhores ou piores de cada malte ou cada lúpulo, isso é óbvio). Mas, no caso da Vintage, não é só isso: a receita é diferente a cada ano, mesmo. Isso é prática comum com algumas cervejas sazonais e safradas. No Brasil, a Colorado sinalizou a intenção de fazer o mesmo com sua Ithaca, mudando a receita a cada ano.

Aliás, essa é uma segunda ocasião em que eu também deixo avaliações repetidas para a mesma cerveja.

ô coisa complicada essa arte de beber cerveja viu!

Acho válido re-avaliar as cervejas, até porque até a pessoa ter uma vivência maior com diversos rótulos de cada tipo, para comparar, conhecer as particularidades do estilo, demanda tempo e paciência. Cada degustação é única, e realmente as impressões podem mudar um pouco cada vez em que se degusta.