Lembro-me que havia uma Brahma Porter por aqui que era uma maravilha, era bem forte, vinha numa garrafa de meia cerveja e tinha que ser aberta com todo o cuidade senão a espuma derramaria.
Coisa de uns 30 anos atrás, tinha também a Brahma Hércules que era quase uma versão branca da Porter.
A cerveja é bem docinha; minha opinião sobre ela, no entanto, é um pouco amarga. Produzida em meio à febre de cervejas artesanais que atingiu a burguesada do Rio, o rótulo foi metido goela abaixo do consumidor pelos principais pontos de venda de cervejas especiais da cidade, inclusive supermercados como o Zona Sul, em que é possível comprar boas brejas, como a Coruja, por exemplo.
Nas prateleiras, a Niña, uma Wit Bier, ocupa mais espaço que todas as outras, inclusive as da Ambev, por isso é impossível não notá-la. Pra quem tem um paladar mais sensível, pode ser até boa posto que é doce, com gosto bem forte de limão - dizem no rótulo ser da variedade siciliano. Mas uma garrafa, que tem meros 300 ml, já é suficiente para enjoar do sabor.
O dulçor esconde um peso, uma sensação de estufamento que vem pouco tempo após o consumo, defeito inadmissível para uma cerveja que se propõe leve acima de qualquer outra característica. O final na boca e na garganta é ácido.
No fim, não acho que vale o preço de 11 reais na promoção no Zona Sul - o normal é encontrá-la por 14. Se daqui a pouco ela estiver sendo vendida a 8 pelo menos vamos saber que não vai durar muito. Sorte aos produtores que, certamente, têm dinheiro e boas conexões no mundo do varejo e da mídia.