Day Tripper

Há alguns anos atrás, em um passeio de bicicleta rápido e (até então) meio trivial entre dois bairros conhecidos do Rio de Janeiro, nosso pensamento obsessivo com lúpulos e técnicas cervejeiras esbarrou em uma ideia: imagina se existisse um lúpulo que simulasse o envelhecimento da cerveja em barris?

Esse pensamento foi jogado no universo e, nesse domingo, ele volta ao mundo em forma de cerveja.

A Day Tripper é uma NE IPA com o lúpulo experimental HBC 472. Esse lúpulo, a princípio, tem um perfil parecido com outros já conhecidos em IPAs, com tons cítricos de toranja e cascas de limão que por si só já fariam uma cerveja linda, fresca, para ser provada em dias de sol. Porém, quando usado em quantidades quase irresponsáveis de tão grandes, a cerveja passa a demonstrar um caráter frutado e levemente amadeirado, como se colocássemos um denso licor de coco por alguns meses em barris de whisky Bourbon.

Gostamos de acreditar que aquele pensamento foi capaz de alterar a realidade e trazer esse lúpulo até a Hocus Pocus. Essa imaginação se misturando com a realidade seria não só o exemplo máximo, mas quase que a definição da psicodelia que tanto faz parte das nossas cervejas. Muito provavelmente o mérito disso tudo é da Hop Breeding Company, que criou o HBC 472 através de polinização cruzada de algumas variedades selvagens de lúpulo, mas isso não significa que vamos parar de alimentar nossa imaginação e torcer para que a psicodelia transforme tudo em cerveja