Realmente esta cerveja superou as minhas expectativas, pois as especiarias como a canela em combinação com o dulçor do caramelo, contribuiu para tornar-lá complexa, equilibrada e com álcool bem inserido, sem aquele excesso de retrogosto amargo.
Sem dúvidas uma cerveja com personalidade e singular.
Não sabia muito o que esperar da cerveja mas agradou muito. De coloração avermelhada, levemente translúcida, com espuma cremosa bege. Aroma o principal é o caramelo, com um toque de nozes e bem no fim a canela, suave. No sabor sim o nome é lembrado, primeiro gole um coice no paladar, principalmente se for a primeira da rodada, um dulçor marcante, caramelo, quase licorosa, com amargor extremamente marcante e quente no final. Cerveja para degustar devagar e com apenas um aperitivo para quebrar um pouco, algo como um queijo roquefort. Cerveja ótima.
Foi em 2004, na capital gaúcha, que dois amigos formados em arquitetura decidiram começar a fabricar cerveja. Nascia assim a "Coruja", um dos grandes nomes no atual cenário brasileiro de cervejarias artesanais. Há cerca de dois anos e meio, no entanto, a produção foi transferida para a cidade catarinense de Forquilhinha, mais especificamente na fábrica de uma outra cervejaria artesanal, a "Saint Bier".
A linha "Fora de Série" é um projeto que reúne três rótulos desenvolvidos em parceria com três diferentes pessoas ligadas à área cultural. Poucos sabem, mas a "Coruja" tem tradição em apoiar e divulgar artistas, exposições, filmes, eventos de arquitetura, etc. Cada um desses rótulos tem por base estilos diferentes, mas todos eles levam sempre algum ingrediente especial que os tornam únicos. Assim, como o próprio nome diz (Fora de Série), esses três rótulos compõem um catálogo à parte das cervejas já produzidos "em série" pela Coruja.
O terceiro e último rótulo da linha "Fora de Série" é um golpe que vem a cavalo. Do alto de seus 11,5% de teor alcoólico, a "Coice" é uma 'doppelbock' com um punhado a mais de malte, o que a torna, em tese, uma espécie de "tribock". Para completar a insólita receita, há ainda o acréscimo de paus de canela e generosa lupulagem, o que crava seu amargor na casa dos 69 IBU's. Todo o conceito da cerveja é resultado da parceria com Caé Braga, artista plástico que, entre outras obras, tem especial gosto em produzir variadas esculturas de cavalos.
Líquido turvo, translúcido, cor de cobre avermelhado. O colarinho é bege escuro com média formação e duração.
O aroma traz notas de malte tostado, caramelo, côco queimado, nozes, lúpulo, álcool e uma pitada de canela. Inebriante.
De corpo turbinado, na boca se mostra semi-licorosa com média carbonatação. Malte tostado, caramelo e açúcar queimado engendram moderado dulçor que é rapidamente contraposto pelas notas condimentadas da canela e o intenso amargor dos lúpulos. Surpreendentemente, o álcool está muito bem inserido no contexto da cerveja e em nenhum momento soa excessivo. O final é quente, porém equilibrado, com boa interação entre malte tostado, caramelo, canela e a resinosa adstringência dos lúpulos - sensação esta que perdura até o retrogosto, muito persistente.
Cerveja ideal para ser apreciada vagarosamente, quase como um aperitivo. Além disso, tudo indica ser ótima opção na harmonização com carnes, molhos agridoces e até mesmo sobremesas. Não obstante, recomenda-se cautela em sua degustação.
Um coice de lúpulo! É perceptível na boca um aroma de rapadura e cana. A canela traz um dulçor associado a um sabor condimentado. Na verdade achei uma explosão de muitos sabores. Pra mim bem complexa. Fiquei chocado quando vi a quantidade de álcool nesta cerva, pois não é perceptível ao paladar, aliás o seu equilíbrio é o ponto mais forte. Boa!
Vermelha escura, anuviada, com creme bege OK.
O aroma tem nuances de caramelo, açúcar mascavo e torrado, com lúpulo aparecendo de leve. Uma sugestão picante parte da adição de canela.
O sabor doce contido lembra uma vienna lager, com tênue chocolate ou capuccino. Há ainda amargor moderado, alta acidez e certa picância.
Corpo pesado e carbonatação rústica e ativa.
Cerveja interessante e tonificante, uma porradinha de lúpulo, malte austero e álcool. A canela contribui com detalhes de doçura e picância.