Rodenbach Caractère Rouge

Bernardo Luz
Updated 09 de Outubro de 2019
 
4.1 (6)
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4.1
Aroma
 
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Aparência
 
4/5
Sabor
 
17/20
Sensação
 
4/5
Conjunto
 
8/10
Fresca diretamente da cervejaria.
Cor marrom clara com um colarinho fino de cor rosa.
Aroma azedo com notas de framboesas, cerejas, limão, arando e um leve dulçor residual.
Sabor com notas de arando, framboesas, cerejas, vinho tinto, intensa especiarias, Yakult, sal, um “funky” vinhoso, leve vinagre e caramelo. Retrogosto seco, picante e amargo.
Corpo médio com carbonatação perfeita. Álcool de 7% está muito bem escondido.
Flanders Red Ale com notas intensas de frutas vermelhas com boa complexidade acética e salpicada com sal e especiarias.
Ap.3,75 Ar.4 Sab.4,25 Sens.4,25 Cj.4,25

Detalhes

Degustada em
12/Agosto/2019
Envasamento
Onde comprou
Roeselare (Rodenbach Brewery)
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Avaliação Geral
 
3.8
Aroma
 
7/10
Aparência
 
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Sabor
 
17/20
Sensação
 
3/5
Conjunto
 
7/10
No aroma um vinho tinto, biscoito e madeira. Sabor frutas vermelhas, tostado, caramelo, acida e avinagrado.

Detalhes

Degustada em
22/Julho/2016
Envasamento
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Avaliação Geral
 
4.1
Aroma
 
9/10
Aparência
 
5/5
Sabor
 
15/20
Sensação
 
4/5
Conjunto
 
8/10
Líquido vermelho escuro, turvo. Creme bege claro de baixa formação, e médias persistência e consistência.
No aroma, intensas notas de frutas frescas e em calda, cerejas vermelhas, morango, goiaba, além de uma acidez frutada subjacente. Quando esquenta na taça, notas de mel aparecem com sutileza. No sabor, carbonatação média. O dulçor e acidez frutadas com toques acéticos dominam o paladar do início ao fim de cada gole, com final ácido vivo, refrescante e limpando o paladar, pedindo o próximo gole. Retrogosto ácido, acético, frutado de curta duração.
A versão da Rodenbach fermentada com frutas gerou, como esperado, uma cerveja muito mais frutada, e, por outro lado, com um perfil menos típico de Flanders Red Ale, levando em conta o rótulo clássico da mesma cervejaria (Rodenbach Grand Cru), com maior acidez, aroma e sabor frutados, menos toques acéticos. Leveduras selvagens e amargor tânico não apareceram nessa versão, tampouco perfume amadeirado, chocolate, tostado, etc.
Ainda assim, uma experiência muito interessante, por algumas vezes até me lembrou, desconsiderando a carbonatação mais baixa, algumas Fruit Lambic mais secas.

Detalhes

Degustada em
01/Março/2015
Envasamento
Volume em ml
750 ml
Onde comprou
Chocolândia (Uberlândia, MG)
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Avaliação Geral
 
4.4
Aroma
 
8/10
Aparência
 
5/5
Sabor
 
17/20
Sensação
 
5/5
Conjunto
 
9/10
Esta Rodenbach Caractère Rouge é uma cerveja de alta fermentação e vem descrita no Brejas como uma representante do estilo Belgian Specialty-Beer, que caracteriza cervejas belgas artesanais com algo que a torna especial, como por exemplo, um tempero único. Pode incluir maltes e cereais pouco comuns, blend de cervejas, combinações de estilos, receitas turbinadas, presença de Brettanomyces ou Lactobacillus enfim, algo que lhe confira distinção. A coloração é variável, podendo ser clara ou escura, e a formação da espuma poderá ser influenciada pelo adjunto/processo dito especial; o aroma é harmonioso, mas a ideia do estilo é de que sobressaia, de que seja saliente ou ao menos perceptível o que torna a cerveja especial; o sabor, em regra, segue o aroma e repete tais percepções, podendo proporcionar um corpo de leve a pesado.

No caso da Rodenbach Caractère Rouge a especialidade está no fato de que a cerveja passa dois anos maturando em carvalho, o que lhe confere a acidez característica, e depois recebe a adição de cerejas, framboesas e mirtilos (frutinha comum na Europa), envelhecendo por mais 06 meses; após ainda passa por re-fermentação na garrafa. Foi produzida para o Restaurante 't Zilte, em Antuérpia/Bélgica, em quantidade limitada a 900 garrafas.

A rigor a Rodenbach Caractère Rouge é do estilo Sour Ale, este caracterizador de cervejas de alta fermentação que, além de leveduras Saccharomyces, contam com a atuação de bactérias (Lactobacillus, Brettanomyces, Pediococcus ou Acetobacter). Essa marca registrada – acidez (lática, acética) e o azedume se fazem presentes numa série de representantes regionais, cada qual com suas peculiaridades: Gose e Berliner Weisse na Alemanha; Flanders Red Ale, Lambic, Fruit Lambic, Geuze e Oud Bruin (Brown Ales) na Bélgica etc. Em comum tais sub-estilos, além de centenários, tem em sua receita a atuação mais ou menos selvagem dos citados microorganismos. Nos primórdios diga-se, a propósito, que a ‘adição’ de tais seres vivos era aleatória, ou seja, dependia de sua presença no ambiente e nos utensílios usados no fabrico cervejeiro ou mesmo de que o ar os trouxesse até o mosto. Ainda hoje algumas poucas cervejarias na Bélgica mantém a produção pelo método ancestral, mas inoculação controlada tem crescido exponencialmente. Falando agora dos sub-estilos Red e Brown, são nativos da região de Flanders na Bélgica, também passam por fermentação mista e são caracterizados por se tratar de um blend de cervejas jovens e envelhecidas com o objetivo de atenuar a acidez, a doçura, a secura etc, resultando num conjunto complexo e harmonioso. Talvez a principal diferença entre um e outro, explicado com maestria pelo Marcussi em seu blog, resida na maturação – as cervejas Red Ale em madeira e as cervejas Brown Ale em tanques de aço inox. O estágio em madeira confere aromas animais e amadeirados, eis que provenientes da presença de Brettanomyces nos barris, ao paço que a maturação em tanques propicia perfil mais ricamente maltado e frutado. É por ocasião da maturação que os ácidos orgânicos são transformados em ésteres, o que confere à Rodenbach o perfil de aroma e sabor do vinho tinto que se assemelham àqueles da região francesa de Borgonha. Já quanto ao blend das partes jovens e velhas a proporção varia de cervejaria para cervejaria, mas há quem diga que as Brown Ales parecem ter um predomínio do líquido de tenra idade.
Quanto às impressões sensoriais, especificamente das Flanders Red Ale, tem coloração variável (do vermelho ao marrom avermelhado), mas com boa limpidez e belo creme; o aroma e o paladar ostentem acidez/azedume por vezes salientes, além de ésteres frutados (ameixas, cerejas, cassis etc), notas de maltes mais ou menos expressivas com sensações de chocolate, caramelo, açúcar queimado etc, além de madeira, baunilha, algum condimento e intensas notas animais (couro cru, cobertor de cavalo, feno etc). O amargor é baixo, sendo comum, mas não a regra, a utilização de lúpulos envelhecidos mais pelas propriedades bacteriostáticas. O final costuma ser seco e definido; o corpo e a carbonatação variam de leves a médios e a graduação alcoólica não é mais do que mediana.

É produzida pela Cervejaria Rodenbach, fundada em 1821 por quatro irmãos (Pedro, Alexandre, Fernando e Constantijn) e instalada na cidade belga de Roeselare. Em 1998 foi vendida para a Cervejaria Palm. O portfólio é modesto e este é o primeiro rótulo que degusto. Uma curiosidade é que por vários anos a Rodenbach forneceu culturas de levedura para a Cervejaria De Dolle e para a lendária Westvleteren.

Vintage 2012 (julho) – validade 2015. A garrafa é de 750 ml, cor marrom e se apresenta rolhada. Não há rótulo no vidro, apenas um belíssimo livreto preso ao gargalo por fios de sisal e que traz o símbolo da cervejaria fixado no papel com cera, semelhante às insígnias reais que lacravam as correspondências. Além do nome ‘Caractère Rouge’ e de informações quanto aos ingredientes, graduação alcoólica (ABV 7,0%), temperatura de serviço (6º - 8ºC) e conservação ao abrigo da luz figuram os seguintes escritos: - ‘Limited Edition’ e ‘Op Eik Gerijpt’ (envelhecido em carvalho). Em francês e holandês ainda se lê um texto que discorre sobre o processo de produção e sobre as impressões sensoriais. Por fim, também se pode vislumbrar uma avaliação assinada pelo Chef Viki Geunes do restaurante na Antuérpia:
- ‘La bière fait penser à la combinaison unique de délicatesse et de force d'un vin de bourgogne dans toute sa fraîcheur’.

Vertida na taça revelou um líquido de coloração rubi e limpidez mediana. A espuma revelou-se de matiz rosa de bela formação e um tanto cremosa, mas de efêmera manutenção, tendo desenhado algumas poucas rendas pelas laterais da taça. Perlage perceptível - bolhas pequeninas.

O aroma se apresenta elegante e volatiza bem, tendo proporcionado uma simbiose de acidez saliente, acético sutil e algo cítrico; também um frutado expressivo de framboesas e cerejas, além de notas maltadas que denotam biscoito e sutil caramelo, tudo em harmonia como impressões de mofo e sensações de couro cru e feno, madeira bem presente e notas vínicas. As impressões de lúpulo não foram percebidas e o álcool se apresentou agradável.

No paladar o líquido se mostra aveludado e amplifica as sensações olfativas. De início ácido e perfil adstringente percebe-se uma acidez robusta e notas acéticas sutis; o frutado revela cerejas, framboesas e algo que induz a casca de limão; da base maltada se percebe tostado, panificação e sutil caramelo; das Brettanomyces surgem mofo e sensações animais de couro cru e feno e, por fim, se percebem ainda muito amadeirado/baunilha. Há realmente a lembrança de que em algum momento da degustação se está a sorver um vinho. O final é agridoce (ácido e adocicado) e seco e o retrogosto é frutado. O corpo é médio e a carbonatação é média-baixa; o álcool de ABV 7,0% vem bem inserido. A palatabilidade é excepcional, bebe-se fácil e é uma ótima pedida para dias quentes.

O conjunto se mostrou equilibrado, suave, refrescante e delicioso! Essa acidez proporcionada pelas Brettanomyces harmoniza muito bem com o frutado e com a base maltada. Primeira representante do estilo Sour Red Ale que degusto.

Recomendo!

Detalhes

Degustada em
08/Fevereiro/2015
Envasamento
Volume em ml
750 ml
Onde comprou
www.speciaalbierpakket.nl/
Preço
€ 11,95
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Avaliação Geral
 
4.1
Aroma
 
8/10
Aparência
 
5/5
Sabor
 
16/20
Sensação
 
4/5
Conjunto
 
8/10
Esta espetacular cerveja tem linda coloração rubi e espuma bege de exímia formação e duração. Após ler suas características de produção fica a ansiedade por conhecer e entender tanta complexidade e, já no aroma, é possível deslumbrar o que vem pela frente. Notas vínicas, ácidas e salgadas tomam conta dos sentidos num primeiro instante, depois vêm as notas frutadas de cerejas e framboesas, além do inconfundível toque amadeirado proporcionado pelo tempo de maturação em barris de carvalho. Na boca a breja foi o mais próximo de um vinho que pude sentir até hoje, a textura seca é que puxa essa sensação, a acidez tem porte médio, não incomoda, mas também não é assim tão suave, balanceada por notas azedas e agridoces das frutas, aqui dominada por notas escancaradas de cerejas em calda, incrível o equilíbrio entre madeira, frutas vermelhas e sensação azeda-agridoce. O final mostra a verdadeira pegada do estilo, desenhada por sugestões agridoces e ácidas que vão ganhando forma seca e avinhada num retrogosto bastante prolongado. Uma breja absolutamente “fora no normal”, de difícil compreensão, que vai precisar tempo, uma boa dose de conhecimento e paciência por parte do degustador.

Detalhes

Degustada em
03/Abril/2014
Envasamento
Volume em ml
750 ml
Onde comprou
Hooligans Beer Store - Cascavel, Pr
Onde bebeu
Preço
75,00
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