Marrom escura, forma um creme médio que logo se dissipa.
O aroma traz sensações tão diversas quanto uvas maduras, madeira, brandy, avelã, banana, couro, pão e álcool.
A sensação inicial na boca é de uma carbonatação bem alta e adstringente, logo em seguida vem um sabor caramelado / de açúcar mascavo e longo que logo dá passagem para um aftertaste de nozes, madeira e um álcool lembrando licor, bem inserido no conjunto. Ao esquentar mais um pouco, senti um sabor mais achocolatado e caramelado, sem ser excessivamente doce.
Maravilha de breja! Vai evoluindo a medida em que esquenta, é interessante tomá-la aos pouquinhos, saboreando cada mudança ao longo da degustação.
Segundo Bruno Freitas: "Esta St. Bernardus ABT 12 é uma cerveja de alta fermentação listada no Brejas como sendo uma ABT/Quadrupel, estilo que de modo geral abriga cervejas muito fortes e ricas e que é caracterizado pela robustez oriunda da forte presença de malte (algo como 4 vezes a quantidade habitual numa receita básica, o que manterá as leveduras em ação por mais tempo), baixa lupulagem, teor alcoólico elevado (acima de ABV 10%), aromas frutados, condimentados, de cereais, especiarias etc. No BJCP é escalada no estilo Belgian Strong Ale, sub-estilo Belgian Dark Strong Ale, este caracterizado por apresentar cervejas mais escuras (que suas primas de estilo), mas em regra igualmente fortes, bastante complexas, encorpadas e saborosas, com um ABV que pode chegar aos 12%. Com destacada formação de espuma as BDSA apresentam aroma e sabor dominados por dulçor de maltes, especiarias e frutado, notadamente de frutas secas. O lúpulo é sutil, o corpo é variável e a carbonatação é elevada.
É produzida pela Cervejaria belga St. Bernardus, cuja história está ligada ao anticlericalismo praticado na França pós Revolução Francesa. Isto porque o Mosteiro Mont des Cats produzia queijos e viu-se obrigado a mudar-se para uma fazenda na cidade belga de Watou, próxima da fronteira com a França. Lá passaram a produzir queijos na nova Abadia, agora chamada ‘Refuge Notre Dame de St.Bernard’. Por volta de 1934 o cenário era outro e os monges decidiram retornar à França e venderam as instalações. O adquirente passou a comercializar o queijo com o nome StBernard Watou. Mas e onde entra a cerveja? Bem, após a Segunda Guerra Mundial, por volta de 1946, o Mosteiro St. Sixtus queria terceirizar a produção de sua obra-prima – a Westvleteren e concedeu Licença e a Cervejaria St. Bernard foi fundada, mantendo a receita e os ingredientes da lendária Westy e comercializando os rótulos como Trappist Westvleteren, St.Sixtus ou mais tarde como Sixtus. Em 1992 essa parceria chegou ao fim por conta da regulamentação do selo trapista que obrigava a fabricação de cervejas intramuros e a partir de então as cervejas são vendidas sob a marca St. Bernardus, mas supostamente com a mesma receita da conterrânea famosa Westvleteren (neste caso da Westy 12). Resta saber se quando a Abadia de St. Sixtus retomou a Licença manteve a mesma receita anteriormente concedida à Abadia St. Bernardus. Também conhecida como cerveja do padrinho, o portfólio da St. Bernardus é vasto e este é o segundo rótulo que degusto.
Vintage 2011 – validade 28.06.2016. A garrafa é de 330 ml, cor marrom, tampa prateada que contém o nome da cervejaria em volta do número 12. O rótulo se apresenta na cor azul, em moldura amarela, e traz em destaque um simpático senhor vestindo o hábito e com uma taça de cerveja numa das mãos. Seu semblante de felicidade, como que a recomendar a breja, parece atribuir sua alegria ao néctar que reverencia. No contra-rótulo uma profusão de informações: - menção de que se trata de ‘cerveja de abadia’, endereço da fábrica, graduação alcoólica (ABV 10%), ingredientes (em vários idiomas), temperatura de serviço (6 - 10 ºC), taça ideal (tulipa), menção à refermentação na garrafa, validade etc.
Vertida na taça revelou um líquido de coloração castanho escuro, opaco, com turbidez mediana e alguns sedimentos no fundo da garrafa. A espuma de cor bege é de bela formação, consistente, densa e de destacada persistência, com bolhas médias e manteve uma fina tampa residual sobre o líquido ao longo da degustação. Lágrimas e algumas rendas escorreram juntas pela taça. Perlage (bolhas) perceptível.
O aroma se mostrou agradável, medianamente volátil, mas com a inconfundível complexidade própria das cervejas belgas. Apresentou perfil maltado com nuances de torrefação (chocolate), caramelo e tostado, bem como toffee, baunilha, nozes, pão (perceptível mesmo depois que lavei a garrafa), fermento, especiarias (pimenta), açúcar mascavo, frutado de ameixas e uvas passas (em dúvida quanto à banana), lúpulo herbal discreto e sensação de vinho do porto. O álcool volatiza bem.
No paladar o líquido se apresenta licoroso e deixa a boca agradavelmente cheia. Seu cartão de visitas é uma vincada base maltada e o inconfundível frutado/condimentado próprio das receitas belgas. As impressões olfativas reverberam com mais intensidade e assomam-se notas de torrefação (café e chocolate), caramelo, toffee, baunilha, pão, tostado, castanhas, açúcar mascavo, fermento, especiarias (pimenta), frutado de ameixas e uvas passas, madeira, nuances vínicas e discreto lúpulo herbal (IBU 22). O final é longo e seco e o retrogosto é seco, expressivamente maltado e alcoólico. O corpo é médio e a carbonatação é média-alta. O álcool de ABV 10,0% é potente e proporciona agradável aquecimento. A palatabilidade (drinkability) é f-a-n-t-á-s-t-i-c-a!!!
Esta preciosidade, com uma complexidade, riqueza e robustez ímpares, é das melhores cervejas que já tive o prazer de degustar!"
Uma das minhas favoritas...
Marrom escura, turva com espuma de alta formação e média duração.
Os 10,5% de graduação alcoólica estão bem inseridos
Aroma e paladar semelhantes, torrefação, frutas vermelhas, chocolate e caramelo.
Maravilhosa.
Esta St. Bernardus ABT 12 é uma cerveja de alta fermentação listada no Brejas como sendo uma ABT/Quadrupel, estilo que de modo geral abriga cervejas muito fortes e ricas e que é caracterizado pela robustez oriunda da forte presença de malte (algo como 4 vezes a quantidade habitual numa receita básica, o que manterá as leveduras em ação por mais tempo), baixa lupulagem, teor alcoólico elevado (acima de ABV 10%), aromas frutados, condimentados, de cereais, especiarias etc. No BJCP é escalada no estilo Belgian Strong Ale, sub-estilo Belgian Dark Strong Ale, este caracterizado por apresentar cervejas mais escuras (que suas primas de estilo), mas em regra igualmente fortes, bastante complexas, encorpadas e saborosas, com um ABV que pode chegar aos 12%. Com destacada formação de espuma as BDSA apresentam aroma e sabor dominados por dulçor de maltes, especiarias e frutado, notadamente de frutas secas. O lúpulo é sutil, o corpo é variável e a carbonatação é elevada.
É produzida pela Cervejaria belga St. Bernardus, cuja história está ligada ao anticlericalismo praticado na França pós Revolução Francesa. Isto porque o Mosteiro Mont des Cats produzia queijos e viu-se obrigado a mudar-se para uma fazenda na cidade belga de Watou, próxima da fronteira com a França. Lá passaram a produzir queijos na nova Abadia, agora chamada ‘Refuge Notre Dame de St.Bernard’. Por volta de 1934 o cenário era outro e os monges decidiram retornar à França e venderam as instalações. O adquirente passou a comercializar o queijo com o nome StBernard Watou. Mas e onde entra a cerveja? Bem, após a Segunda Guerra Mundial, por volta de 1946, o Mosteiro St. Sixtus queria terceirizar a produção de sua obra-prima – a Westvleteren e concedeu Licença e a Cervejaria St. Bernard foi fundada, mantendo a receita e os ingredientes da lendária Westy e comercializando os rótulos como Trappist Westvleteren, St.Sixtus ou mais tarde como Sixtus. Em 1992 essa parceria chegou ao fim por conta da regulamentação do selo trapista que obrigava a fabricação de cervejas intramuros e a partir de então as cervejas são vendidas sob a marca St. Bernardus, mas supostamente com a mesma receita da conterrânea famosa Westvleteren (neste caso da Westy 12). Resta saber se quando a Abadia de St. Sixtus retomou a Licença manteve a mesma receita anteriormente concedida à Abadia St. Bernardus. Também conhecida como cerveja do padrinho, o portfólio da St. Bernardus é vasto e este é o segundo rótulo que degusto.
Vintage 2011 – validade 28.06.2016. A garrafa é de 330 ml, cor marrom, tampa prateada que contém o nome da cervejaria em volta do número 12. O rótulo se apresenta na cor azul, em moldura amarela, e traz em destaque um simpático senhor vestindo o hábito e com uma taça de cerveja numa das mãos. Seu semblante de felicidade, como que a recomendar a breja, parece atribuir sua alegria ao néctar que reverencia. No contra-rótulo uma profusão de informações: - menção de que se trata de ‘cerveja de abadia’, endereço da fábrica, graduação alcoólica (ABV 10%), ingredientes (em vários idiomas), temperatura de serviço (6 - 10 ºC), taça ideal (tulipa), menção à refermentação na garrafa, validade etc.
Vertida na taça revelou um líquido de coloração castanho escuro, opaco, com turbidez mediana e alguns sedimentos no fundo da garrafa. A espuma de cor bege é de bela formação, consistente, densa e de destacada persistência, com bolhas médias e manteve uma fina tampa residual sobre o líquido ao longo da degustação. Lágrimas e algumas rendas escorreram juntas pela taça. Perlage (bolhas) perceptível.
O aroma se mostrou agradável, medianamente volátil, mas com a inconfundível complexidade própria das cervejas belgas. Apresentou perfil maltado com nuances de torrefação (chocolate), caramelo e tostado, bem como toffee, baunilha, nozes, pão (perceptível mesmo depois que lavei a garrafa), fermento, especiarias (pimenta), açúcar mascavo, frutado de ameixas e uvas passas (em dúvida quanto à banana), lúpulo herbal discreto e sensação de vinho do porto. O álcool volatiza bem.
No paladar o líquido se apresenta licoroso e deixa a boca agradavelmente cheia. Seu cartão de visitas é uma vincada base maltada e o inconfundível frutado/condimentado próprio das receitas belgas. As impressões olfativas reverberam com mais intensidade e assomam-se notas de torrefação (café e chocolate), caramelo, toffee, baunilha, pão, tostado, castanhas, açúcar mascavo, fermento, especiarias (pimenta), frutado de ameixas e uvas passas, madeira, nuances vínicas e discreto lúpulo herbal (IBU 22). O final é longo e seco e o retrogosto é seco, expressivamente maltado e alcoólico. O corpo é médio e a carbonatação é média-alta. O álcool de ABV 10,0% é potente e proporciona agradável aquecimento. A palatabilidade (drinkability) é f-a-n-t-á-s-t-i-c-a!!!
Esta preciosidade, com uma complexidade, riqueza e robustez ímpares, é das melhores cervejas que já tive o prazer de degustar!