Degustada a 9,6 graus de temperatura.
Essa Biere de Garde americana foge um pouco do estilo mas cria seu estilo próprio.
Sua coloração é laranja turva e seu creme tem boa formação e duração.
Seu aroma apresenta lúpulos cítricos em destaque, com um agradável aroma
de tangerina em segundo plano. Seu sabor acompanha o aroma acrescentado de
malte caramelo e um suave azedo e acidez também. Álcool suave e retrogosto
amargo. Corpo e carbonatação medianos. Um conjunto interessante mas não
muito equilibrado que não chega a impressionar.
Destaque: Degustada nas ilustres presenças dos confrades Sangion e Marcussi.
Coloração alaranjada e turva, com espuma alta e densa de boa duração.
Aroma com leve azedo e um pouco mofo. Senti até um fundinho meio que de borracha. Bem carbonatada e com certa picancia na língua. Sabor de caramelo e malte com um pouco de cítrico, provavelmente do lúpulo.
Final e retrogosto mais amargo. O álcool senti logo no primeiro gole, na pegada quente na língua e depois mais para o final, no calor da garganta.
Essa pegada mais azeda, com aquela sensação de coisas do campo (grama, madeira, mofo, orvalho), podia até ter algo de conquistador, mas não foi o caso aqui.
Não é uma cerveja que impressiona, passou batida na degustação.
A cervejaria a descreve simplesmente como uma "cerveja de fazenda", ressaltando sua rusticidade campestre. Sem estilo definido, ela passa por uma fermentação híbrida com fermento de ale a temperaturas de lager, e desenvolve um caráter agudo, pungente, algo rústico, com um leve azedume ressaltado pela picância e pelo amargor seco dos lúpulos. Embora a Lost Abbey a aproxime vagamente de uma bière de garde, para mim ela lembrou mais uma saison mais rústica. A cor é um laranja forte, escuro e opaco, não muito convidativo, mas o creme alto e persistente é ótimo. No aroma como no sabor, a primeira coisa que chama a atenção é um certo azedume adstringente que me sugeriu um tiquinho de fermentação láctica. Mais forte no aroma, no sabor ele se encontra bem integrado aos demais elementos da receita: um fenólico apimentado de intensidade razoável e um lúpulo de perfil europeu, com limão, laranja e um floral. Cheiro de pomar? É, pode bem ser. O malte mal se sente. O paladar é bem amargo e seco, até de forma desequilibrada, com uma acidez adstringente considerável e uma doçura suave demais para equilibrar corretamente esses elementos, na minha opinião. Ela evolui na boca de uma entrada ácida para um final amargo e seco com retrogosto de laranja, floral e apimentado. O corpo é mediano, reforçado pela adstringência, a carbinatação é alta e a sensação alcoólica não é desprezível. No geral, uma experiência interessante, uma cerveja rústica e pungente, mas à qual faltou um pouco de equilíbrio na minha opinião. Curiosamente, ela me lembrou a nossa Schmitt Ale pela sensação de cheiro de pomar, mas eu a achei um pouco menos equilibrada.