Tomada em território norte americano na garrafa ela se saiu bem, mas a análise estava prejudicada devido às condições da degustação. Tomada no Brasil em primeira importação oficial, a breja tem mel, floral, notas cítricas e tangerina. Na boca as referências se mantém, mas são complementadas por notas assertivas de condimentos, pinho, casca de laranja e limão siciliano. Retrogosto com excelente, seco e duradouro amargor. Ótimo rótulo que tem como principal trunfo o equilíbrio muito interessante entre as notas secas e resinosas.
obs: alguns confrades estão analisando a breja como imperial ipa, mas ela é universalmente classificada como IPA
Primeira vez que tomei foi na casa de meu amigo xará em Orlando, numa friaca danada mas com grande calor humano e apenas isso bastaria para avaliar essa breja como sensacional, extra lupulada mas com um retrogosto incrível. Como sabem sou da linha das weizen mas essa ipa ficará em minha memória. Saudades do momento da degustação....
Aroma cítrico e bem adocicado. No sabor, tudo se confirma. Muito parecido com a Colorado Vixnu, mas sem o mercaptano com o qual a última vem sendo associada. Sabores bem tropicais e extra lupulada, com um belo retrogosto.
A "Sierra Nevada Brewing Co." é uma das mais respeitadas cervejarias artesanais dos Estados Unidos. Situada no norte do estado da Califórnia, é na cidade de "Chico" que sua história começa. Ken Grossman, um dos fundadores, já vinha há algum tempo tocando um "Brew Shop" na cidade e, como bom cervejeiro caseiro, experimentava suas próprias receitas. Em 1979, juntamente com seu amigo e também homebrewer Paul Camusi, resolveu fundar a cervejaria e na primavera de 1980 estrearam no mercado com o primeiro rótulo. Hoje a "Sierra Nevada" conta com fábricas em Chico e também na Carolina do Norte. O nome é uma referencia à cordilheira "Sierra Nevada", local em que Grossman costumava fazer trilhas na juventude. Uma das características mais marcantes de suas cervejas é a utilização de cones de lúpulos em estado natural, ao contrário da grande maioria das cervejarias que utilizam 'pellets'.
O rótulo "Sierra Nevada Torpedo Extra IPA" foi lançado em 2009 e ganhou este nome por causa do "hop torpedo" (torpedo de lúpulo), tecnologia inovadora desenvolvida pela cervejaria para fazer o 'dry-hoping'. Trata-se de um sistema de cilindros de aço inoxidável cheios de lúpulo, posicionados ao lado do tanque de fermentação. A cerveja então sai do tanque, circula pelos cilindros e volta com mais aroma e sabor dos lúpulos - sem amargor adicional. Acaba assim a necessidade de saquinhos de seda recheados de lúpulo imersos no tanque de fermentação. Nesta receita, utiliza-se um tipo de lúpulo para o amargor (Magnum)e três para o 'dry-hopping' (Magnum, Crystal e Citra).
Translúcida de coloração âmbar meio alaranjada, no copo forma colarinho bege de alta formação e longa duração.
Aroma de caráter cítrico, pontuado por notas de eucalipto, maracujá e toranja. Apesar do caprichado 'dry-hopping' o lúpulo deixa bastante espaço para o malte se expressar através de nuances caramelizadas, levemente tostadas.
Na boca se mostra encorpada, com média carbonatação. O paladar reúne o intenso dulçor dos maltes, com toques de caramelo, ao sabor resinoso dos lúpulos. Muito mais do que amargor (que não é tão grande), os lúpulos aqui acrescentam ricas notas de eucalipto dentre toques de lima, manga, hortelã e casca de laranja. O final é equilibrado, resinoso, ligeiramente tostado e salobra. Retrogosto lupulado persistente, amargo e bastante cítrico.
Não espere doses cavalares de amargor, já que o ponto forte da "Sierra Nevada Torpedo" é o equilíbrio associado ao espectro de sabores "não-amargo" dos lúpulos. Sob esta perspectiva ela é nada menos do que excelente. Vá fundo!