Em 1912, o descendente de imigrantes dinamarqueses Alfredo Claussen começou a produzir sua receita de 'lager' clara intitulada "Therezópolis" - nome derivado da própria cidade em que ele morava, na região serrana do Rio de Janeiro. Entretanto, seis anos depois, a produção teve de ser interrompida por causa da Primeira Guerra - fato este que inviabilizou a importação de lúpulo devido ao rompimento das relações diplomáticas do Brasil com o bloco germânico.
Já no ano 2000, o neto do Sr. Claussen, Marco Antonio Frederico, conseguiu resgatar a receita original de seu avô. Assim, em 2006, era inaugurada a cervejaria "St Gallen" e com ela renascia a saudosa linha "Therezópolis".
DIAMANT
'Belgian Tripel' de 42 IBU lançada durante o "Festival Brasileiro da Cerveja - Blumenau 2016".
Líquido enevoado de coloração âmbar. No cálice, forma um dedo de colarinho branco de baixa retenção.
Aroma esterificado, fenólico, caramelado. Notas de bananada e cravo - além de leve sugestão de coentro - dominam.
Intenso dulçor mesclado a toques de frutas cristalizadas, caramelo e especiarias desliza sobre o corpo alto - quase licoroso - de carbonatação intermediária. Reminiscências de banana seca, abacaxi, chiclete e cravo espalham-se por todo o palato. Álcool bem inserido. Final doce, frutado, um pouco condimentado. Drinkability reduzida.
Mesmo agradando o paladar, o resultado passa longe do perfil clássico de uma 'Belgian Tripel' e em alguns momentos chega a lembrar uma 'Weizenbock'.
Nessa cerveja percebemos algo normal em toda a cerveja nacional que tenta reproduzir cerveja belga. A cerveja ficou extremamente doce fazendo parecer uma soda ou refrigerante.
No fim vc até sente um amargor, mas sem destaque por conta da falta de equilíbrio.
Gosto muito da relação custo benefício da Therezópolis, mas nessa eles escorregaram.....
Espuma bedge de baixa duração, cor alaranjada pouco translúcida, média carbonatação.
Infelizmente exageraram no açúcar reduzindo drasticamente a drinkbly e trazendo suas consequências: muito doce, impossível notar os altos 42 de IBU, simplesmente o açúcar sobressai por cima de tudo. O teor dispara, também: 9,5. Aqui tem-se um ponto positivo, pois é impossível sentir o álcool sob o dulçor. No fim das contas, um toque lupulado só aparece no retrogosto, o sabor de laranja, citrico e doce, tangerina, faz parecer um suco gaseificado, o amargor, um ligeiro cica da casca. Minha cerveja preferida é a Karmeliet, do mesmo estilo e muito mais equilibrada. Arrisco que, se tivessem reduzido o teor de açúcar, ficaria bem melhor.
Cerveja forte e diferente, mas prefiro uma Zebu...
O conjunto ficou desequilibrado: muito alcoólica, doce, sem o devido refinamento, mas trata-se de algo diferente e de qualidade, mas definitivamente não faz meu gosto.