Apenas completando o que foi dito pelos confrades, Felipe, avaliações são sempre subjetivas, com muitas particularidades de impressão pessoal. Você pode perceber coisas que outras pessoas não percebem. Ou não perceber o que todo mundo percebe.
Por exemplo, uma coisa que me marcou um pouco foi um encontro no EAP em maio de 2011. Lembro que pedi uma Brooklyn Monster Ale (uma Barley Wine). Para mim, ela tem determinadas características. Já para o Renato (esse confrade que comentou aqui no tópico com esse avatar da cerveja sorridente), a cerveja tinha notas de lichia, que até hoje não consigo notar ou distinguir. A Milu e o Israel acharam a mesma coisa: aroma de lichia. Se eles notaram isso, então para eles a cerveja tem essa característica. Mas para mim não. Mesmo assim, não era o caso de um estar certo e o outro errado. É uma coisa particular.
Em outros rótulos, quando ainda estava iniciando, confesso que fiquei bastante tempo perdido até sacar quais eram as características lupuladas, por exemplo. E além disso, qual a diferença de um lúpulo herbal, para um floral, para um terroso e por aí vai.
Estou falando tudo isso porque é muito difícil alguém chegar e falar para o outro que ele está certo ou errado, a menos que seja um absurdo gritante. Eu não acho que eu esteja errado por não notar lichia na Monster Ale. Nem acho errado que a pessoa não consiga perceber uma certa picância de lúpulo floral (Saaz, por exemplo) na cerveja. Por isso, acredito que seja um pouco complicado alguém chegar e palpitar nas tuas impressões pessoais.
Talvez você tenha dificuldade com essas impressões no começo de tuas avaliações. Mas com o tempo você fatalmente vai amadurecer essas análises.
Até por acreditar nisso, aproveito para refazer as minhas avaliações mais antigas. Pois quero melhorá-las, avaliar com mais consciência e maturidade. E quase sempre tem uma coisinha ou outra para mudar ou repensar. Ou alguma característica técnica que eu não conhecia na época da primeira avaliação.