"Beer Profanação"

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15 anos 1 mês atrás - 15 anos 1 mês atrás #3082 por Mauro Renzi Ferreira
Pessoal, vou iniciar aqui um novo tópico de discussão para a seguinte questão:

Ontem estive fazendo a minha visita mensal "obrigatória" no Bar Anhanguera, aqui em São Paulo, capital, e logo de cara tive uma surpresa: Dois novos freezers da Cervejaria Petrópolis, ou seja, da Itaipava mesmo.

Assim que tive uma oportunidade, perguntei aos garçons o que significava aquilo e a resposta foi mais ou menos a seguinte: Eles começaram a incluir Itaipava no cardápios por duas razões...

1) Porque a própria Cervejária Petrópolis, de acordo com um dos garçons, pagou uma "grana violenta" para que o Anhanguera colocasse as suas cervejas (ou a sua cerveja, pois creio que é somente a Itaipava standard mesmo) à disposição dos clientes (é claro que, a longo prazo, eles ganham com isso também).

2) Para não perder, não deixar de ganhar ou ganhar novos clientes, uma vez que muitas pessoas que vão ao Anhanguera pensam que estão entrando em mais um dos milhares de bares "convencionais" que existem por ali. Isso eu mesmo pude comprovar, pois como estava sozinho ontem, fiquei mais atento ao movimento e às conversas alheias e uma determinada hora presenciei uma moça falando o seguinte ao celular: - "Eu estou no Anhanguera... Fica do lado do 'Bar X'... É que lá estava muito lotado, não dava pra sentar, então eu vim pro lado". Bom, acho que isso resume bem o perfil de, pelo menos, 50% da clientela diária, ao menos nos finais de semana, quando o movimento é maior.

Enfim, de fato, a dita cuja já é a mais consumida no bar. Novamente me arrisco a dizer que pelo menos 50% do público de ontem consumia baldes e baldes de gelo com três Itaipavas dentro de cada um. Isso ainda é reflexo da "nossa" (não mais a minha) cultura de consumir "a mais barata". É triste ver isso acontecer, mas quero deixar claro que, ao levantar essa "lebre", NÃO estou, absolutamente, falando contra o Bar Anhanguera. Pelo contrário, entendo a necessidade deles, até porque precisam sobreviver e tornar o seu negócio economicamente viável e rentável, mas que é triste, isso é.

Vale lembrar, contudo, que outros bares mais especializados da cidade, como o Frangó, o Asterix e o Laura Aguiar, também vendem as "cervejas comuns". Agora foi a vez do Anhanguera, até porque, neste novo endereço, no pedaço mais badalado da Rua Aspicuelta, na Vila Madalena, fica difícil não disponibilizar o convencional, sob a pena de perder a freguesia. Apenas o Empório Alto dos Pinheiros ainda se mantém incólume, e creio que assim será por um longo tempo, uma vez que a sua localização e sua proposta de público (eles não são um boteco nem um bar) o fazem ser diferente.

E vocês, confrades, o que pensam sobre essa "beer profanação".
Inevitável? Fruto da "nossa" cultura"? Enfim...
Ultima edição: 15 anos 1 mês atrás por Mauro Renzi Ferreira.
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15 anos 1 mês atrás - 15 anos 1 mês atrás #3084 por Jean Chris
Respondido por Jean Chris no tópico Re:"Beer Profanação"
Pois bem Mauro,

Levantei uma questão similar na categoria MERCADO. Veja só:

Tópico: AmBev x FEMSA x Cervejaria Petrópolis

Ninguém discute que a Ambev é a maior, mas que muitos cervejeiros tem preferido a FEMSA principalmente por causa da Kaiser Bock, Heineken e Gold; mas o que eu gostaria de discutir e tenho observado muito é que aqui na minha cidade, Poços de Caldas, Sul de Minas, tenho visto muitos dos melhores bares aderindo com exclusividade à Cervejaria Petrópolis. Vocês tem notado esse crescimento da Cervejaria Petrópolis na cidade de vocês? O que vocês acham dos produtos desta Cervejaria? Qual das grandes Cervejarias vocês preferem?



Pois é Mauro, de uma outra forma tentei abordar o tema dentro do crescimento da Cervejaria Petrópolis que eu considero ruim. Por que?

Apesar de tudo, a FEMSA tem algumas cervejas que nós Confrades encaramos como boas cervejas e baratas, assim como a AmBev depois de virar Imbev e depois Anheuser-InBev, começou a importar algumas cervejas tais como a Hoegaarden e a Leffe e vender por preços acessíveis. A Anheuser-InBev tem crescido mundialmente, mas parece que a Cervejaria Petrópolis está começando um domínio do mercado brasileiro. Eu acho ruim porque a Itaipava Fest, Itaipava e Itaipava Premium, todas possuem o mesmo sabor praticamente (água gaseificada), as outras, consideradas especiais: PETRAS, estão sendo vendidas por preços fora do ideal para o padrão das mesmas. Aqui em minha cidade sentamos em um bom bar, só tem Itaipava, exclusividade, se queremos tomar algo diferente(mas nem tanto), teremos que pagar 12 reais por uma Petra ou Black Princess. Por esse valor, poderíamos tomar 3 ou 4 Heineken, Gold, Kaiser Bock ou 2 Leffe, Hoegaarden. No caso de um bar especializado eu beberia uma Guinness, alguma Weiss Alemã, ou uma Colorado.
Ultima edição: 15 anos 1 mês atrás por Jean Chris.
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15 anos 1 mês atrás #3085 por João Sperb
Respondido por João Sperb no tópico Re:"Beer Profanação"
Eu sei que isso dói aos nossos olhos de apreciadores, mas com o olhar friu e calculista de um empreendedor vale aquilo que rende $$$.ninguém trabalha sem pensar no $$...e quem tem dinheiro pra "dar" para dono de bar são as grandes cervejarias, que nem cerveja vendem, vendem um caldo de milho temperado com cevada.
Eu me mantenho calmo com essas coisas, pois acredito no dia em que num bar haverá soh uma cerveja dessas comerciais e todas as pessoas estarao bebendo suco. Dai o dono do bar vai pensar um pouquinho mais =)
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15 anos 1 mês atrás #3086 por Jean Chris
Respondido por Jean Chris no tópico Re:"Beer Profanação"
Mauro, resumindo e convergindo nossos pontos de vista:

Nas pequenas e médias cidades, a Cervejaria Petrópolis tem instituído exclusividade em muitos bons bares e restaurantes.
Nas grandes cidades, esta cervejaria tem "profanado" ambientes outrora mais seletivos cervejisticamente falando.
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15 anos 1 mês atrás #3104 por Alexandre Almeida Marcussi
Vejo a questão por outro ângulo. Acho que os dois tipos de cerveja nem sempre competem entre si, mas se complementam no perfil de consumo de um determinado público. Já vi muita gente que curte a ideia de provar uma cerveja diferente de vez em quando, mas não vê vantagem em só comprar as especiais por causa do preço. O cara senta na mesa, vai tomando sua corn beer e, numa dada altura da noite, decide que é hora de pedir uma "diferente". Aí ele toma uma Eisenbahn, prova uma Colorado, ou eventualmente fecha a noite com a habitual Guinness ou Erdinger que ele já conhece. Ele quer uma especial, mas a maior parte das cervejas que ele vai consumir é das normais. Já vi isso acontecer bastante, por exemplo, no Laura Aguiar e mesmo no Italiano. Na verdade, aí o que acontece é que o consumo das "normais" acaba puxando um tipo de público que jamais sentaria num bar de cervejas especiais, mas que nesse esquema acaba provando uma diferente.

Veja, Mauro, acho que poucas são as casas que não apresentam nenhuma opção para o bebedor que quer sentar e beber uma cerveja normal a preços "normais". Mesmo o Melograno ou o Alto dos Pinheiros oferecem chope, a preços competitivos em relação aos chopes comerciais (só um pouco mais caros, mas não chegam a assustar o público acostumado com as comerciais). Nessa sexta, eu sentei com minha namorada e um amigo no Alto dos Pinheiros e mandei descer duas Gouden Carolus, mas depois passamos para o chope por motivos financeiros. E o Alto dos Pinheiros ainda oferece artesanais tipo Eisenbahn a preços mais ou menos equivalente aos de uma Bohemia num barzinho mais badalado.

Acho que não vale a pena manter uma postura de "bebedores de corn beer lá, nós aqui". Isso pode acabar ajudando a criar uma imagem meio esnobe das cervejas especiais. Agora, se vc senta no bar e vê que, na mesa do lado, o mesmo pessoal que bebeu Bohemia também está bebendo Eisenbahn, meio que desmistifica a coisa.

Agora, comentando especificamente sobre as cervejas da Petrópolis, realmente as opções são as mais fracas dos três grandes "monopólios". Eu até curto a Black Princess Gold, mas o preço que se cobra por ela é completamente desproporcional.

ocrueomaltado.blogspot.com
Porque cervejas são boas para beber, mas também são boas para pensar
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15 anos 1 mês atrás #3108 por José Irineu Camargo
Respondido por José Irineu Camargo no tópico Re:"Beer Profanação"
Embora as brejas especiais estejam crescendo no gosto da população em geral, ainda acho que a cultura brasileira não permite abrir um bar que venda exclusivamente brejas especiais. Hj sai com uns amigos e na média as pessoas são mto ignorantes ainda em relação a cerveja, como eu disse em outro tópico, isso parece religião, nego não aceita falar mal da brahma, quando vc diz que é ruim nego faz cara feia e tdo mais.

Tomamos um monte de skol (eca, cada vez que bebo corn juice vejo que estou mais perto de vez de parar de tomar isso) e tentei conversar sobre cerveja e fui sumariamente ignorado, sem dó nem piedade.

Outra questão que impede as pessoas de sairem pra tomar cerveja e não corn juice é o fato do preço, as pessoas saem pra conversar, tipo não importa a cerveja, importa que seja barata pra tomar varias durante um tempo considerável. Cerveja mais cara significa menos tempo conversando no bar, em resumo acho que é impossível manter um bar vendendo somente cerveja especial.

Em tempo estou considerando seriamente a hipótese de abrir um bar, sou apaixonado por cerveja e adoraria abrir um bar que SÓ vendesse brejas especiais, mas não acho que exista público pra isso.
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