Criada em São Paulo pelos irmãos David, Rafael e Alexandre Michelsohn, a cervejaria "Júpiter" é mais um exemplo bem sucedido de como uma receita que começa na panela de casa pode sim virar negócio. Curiosamente, o nome planejado para batizar a cervejaria seria "Tupã", deus indígena do trovão. Mas quando os irmãos notaram que a cultura de leveduras que fermentava o lote caseiro estava se parecendo com a atmosfera do planeta Júpiter tiveram isso como um sinal e mudaram o nome. Afinal, "Jupiter" também é um deus, só que romano.
A "Júpiter Lager" é uma cerveja do estilo 'Vienna Lager' feita com 'dry-hopping' de lúpulo "Hallertau Hersbrucker" e amargor de 27 IBU. Por não possuir fábrica própria, a "Júpiter" trabalha com o modelo de "Contract Brewing"; isto é, aluga a capacidade ociosa de outras cervejarias para produzir suas receitas autorais. A "Júpiter Lager, por exemplo, foi feita na cervejaria "Blondine", em Itupeva (SP).
Líquido translúcido de coloração âmbar. No copo exibe alta formação de espuma bege e porosa, feita de bolhas grandes e pequenas, com longa permanência.
Aroma equilibrado de malte e lúpulo. Nuances de 'toffee' e suave tostado acompanham notas predominantemente herbáceas, além de um leve frutado com sugestão de tamarindo.
De corpo leve e crocante, ao paladar traz generosas doses de malte e lúpulo em proporções equivalentes. Assim, ecos de 'toffee', caramelo e suave tostado perfazem excelente contraponto frente ao amargor moderado. Surpreendentes notas frutadas (pouco comuns em lagers) pincelam lembranças de seriguela e tamarindo. Ligeiro herbal permeia o final de notável equilíbrio. 'Drinkability' nas alturas.
Belíssima cerveja. E vale lembrar que o exemplar degustado estava há apenas um mês do limite de validade. Imagino que fresca deva ser ainda mais afiada. Parabéns a Júpiter!