Inspirados pelo Pátio do Colégio, berço da fundação de São Paulo pelos padres jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, a cervejaria Bier Wein, que comumente mescla aulas de história com o processo de fabricação de cervejas, lançou uma Belgian Tripel, de alguma forma associando monges trapistas a sacerdotes da Companhia de Jesus - compro a idéia com poucas ressalvas, uma vez que tanto a cerveja quanto o Cristianismos são expressões européias estampadas na nossa cultura, não há como negar. A Paulistânia Pátio do Colégio apresenta um brilho dourado e uma espuma fugaz (em pouco tempo torna-se uma auréola que se renova a cada gole), com aromas ricos que mesclam condimentos diversos e frutas cítricas. O sabor se desenrola inicialmente tímido, certo dulçor e pouco lúpulo se percebe; notas cítricas de abacaxi e tangerina, além de canela e cravo (não fui apresentado ao cardamomo, mas não duvido que dance por estas bandas), oito porcento de álcool passam ao largo da experiência, a alta carbonatação é inegável. A cerveja funciona, mas não passa de uma tentativa de imitação barata de uma verdadeira Trippel.