Bush de Nuits (Scaldis Prestige de Nuits)

Para chegar nessa incrível Bush de Nuits, a Dubuisson partiu da receita original da sua Bush de Nöel, uma Belgian Dark Strong Ale bastante frutada e com 12% ABV. É então maturada por nove meses em barris que guardaram Bourgogne Units-St-Georges, um celebrado vinho da Borgonha. Finalmente é engarrafada e sofre uma segunda fermentação. O resultado é uma cerveja que combina as notas de uma BDSA com notas sour e até algo funky. Uma drinkability inacreditável para seus 13% ABV, absolutamente imperceptíveis. Safra 2014, os anos de guarda lhe fizeram muito bem.
a taça verteu um líquido âmbar escuro, carregado, nebuloso e com um creme branco de boa formação mas baixa persistência.
Aroma surpreendentemente fresco para o estilo trazendo uma sourness deliciosa. Notas vinificadas, uvas verdes ácidas, baunilha e mel. Também algo do carvalho queimado e uma pegada de vinho do porto.
Na boca a complexidade permanece com uma suavidade impressionante para seus 13%ABV. Algo de toffee e frutas escuras leves logo inundada por notas funky (feno molhado), uvas verdes e sensações de vinho tinto. Baunilha e mel suavizam tudo. O final é bastante seco, levemente amargo e com um sutil balsâmico. Aftertaste extremamente refrescante com notas sour e baunilha. Álcool imperceptível. Corpo médio para sedoso e carbonatação apenas média. Drinkability absurda para o ABV.
No conjunto uma cerveja paradoxalmente leve (13%), complexa e refrescante.

A Busch de Nuits é feita a partir da Busch de Noel, cerveja produzida para as celebrações de final de ano. A Nuits é envelhecida de 6 a 9 meses em barris de carvalho que anteriormente maturaram vinhos Bourgogne.
Apresenta uma coloração acobreada com leve turbidez, espuma bege de média formação e persistência que formou véus nas bordas da taça durante a degustação. Aromas de ameixas pretas, frutas vermelhas, vinho tinto e licor. No sabor as notas se repetem , com um bom equilíbrio e o calor forte do álcool, que mesmo sobressalente não chega a ser agressivo. Corpo licoroso, boa carbonatação. Uma ótima cerveja com uma maturação distinta e elegante.

Bush de Nuits (Safra 2011). De coloração marrom, turva. Espuma bege, densa e de boa persistência. Bom aroma trazendo caramelo, mel e álcool, dando uma boa sensação licorosa. No sabor, início e final levemente doces, notas de malte, caramelo, mel, nozes, vinho e carvalho. Retrogosto levemente amargo. Álcool na medida apesar dos 13%, deixando-a licorosa. Carbonatação alta, deixando uma boa sensação de champagne. Corpo médio.

Uma deliciosa [BJCP2015] 26D: Belgian Dark Strong Ale, sem dúvida vale a pena experimentar.

Âmbar parcialmente translúcida, espuma bege de um dedo, deixa renda belga pela parede do copo.
Aroma bem elegante, de ameixa, frutas vermelhas, leve chocolate, toffee e vinho tinto.
No sabor, todas as notas se repetem em boa intensidade e equilíbrio, despontando também um pouco de álcool.
Corpo pesado, há liquidez, mas também bastante residual. Carbonatação alta.
O toque de vinho é o grande destaque desta cerveja, que já possuía um competente conjunto base.

Líquido turvo de coloração acobreada. Creme branco de médias formação e consistência, porém efêmero.
No aroma, uma explosão frutada e licorosa, amaciada por notas perfumadas de madeira, remeti a frutas vermelhas, frutas cristalizadas, frutas secas, e vinho do Porto, e um cheiro perfumado de madeira clara. No sabor, as frutas e licor aparecem imediatamente, trazendo dulçor, certa acidez, guardando as notas de madeira para o final, fechando o conjunto com um paladar limpo. Retrogosto amadeirado de média duração. Álcool perfeitamente inserido. Corpo médio, mas extremamente leve à boca, sempre pedindo um próximo gole. Segurei-me ao longo da degustação para não tomar impulsivamente.
Na maturação desse rótulo (6 a 9 meses em barris de carvalho usados) da Brasserie Dubuisson, os barris são oriundos de um alguma vinícola Premier Cru da comuna de Nuits-Saint-Georges, sub-região da Borgonha, onde são produzidos vinhos brancos e tintos/rosés principalmente com uvas Chardonnay e Pinot Noir respectivamente, ambos com Denominação de Origem Controlada. Não consegui encontrar se os barris utilizados previamente maturaram vinhos brancos ou tintos, mas assumi que, devido às notas intensas de frutas vermelhas, tipicamente encontradas em vinhos tintos, nesse caso Pinot Noir, seriam de algum vinho tinto, varietal ou assemblage, mas com bouquet de frutas vermelhas.
Acho que se continuar escrevendo, ainda assim estaria sendo simplista quanto à complexidade e elegância dessa obra de arte. Experiência impagável!