Uma das várias stouts imperiais "à moda americana" produzidas pela prolífica cervejaria holandesa De Molen. A Rasputin tem um perfil licoroso e doce, mas com uma forte pegada de torrefação seca e um amargor potente, fazendo dela uma cerveja de extremos. No copo, a cor preta é quebrada por algumas nuances avermelhadas, e a espuma apresenta boa aderência. Predominam inicialmente as sensações de doce e torrado, com uma pancada de melaço, muito café e cinzas e toques de madeira queimada e chocolate amargo. Em seguida, começa a aparecer um toque de laranja amarga e um forte aroma e sabor florais e alcoólicos lembrando rosas e gim, o que a desequilibra um pouco. Com o tempo, abre-se uma esterificação com sensações de banana-passa e uma coisa meio "fora do lugar" lembrando borracha e esmalte. Uma certa sensação metálica também não ajudou o conjunto. Na boca, primeiro vem uma doçura impactante e a sensação licorosa e xaroposa do corpo intenso, e depois surge um amargor potente que se prolonga no final equilibrando a doçura. Há ainda uma pequena acidez licorosa. Daquelas cervejas de impacto, saborosas mas um pouco enjoativas com o tempo. Tenho de admitir que, na metade do meu copo de 250ml, eu já estava satisfeito. Deve agradar quem busca sensações extremas. É impossível não fazer a comparação mental com a "Old Rasputin" norte-americana, e, infelizmente, é forçoso reconhecer que o monge russo se resolveu bem melhor nos EUA do que na Holanda.
Uma breja de linda branca espuma, pretíssima, aroma marcante de café e com algo de metálico, muito sutil. O sabor de bock é evidente, com malte e passas. Tem a sua ternura e a sua pancada, bastante café e lúpulo em cada gole, e bem harmônico. A textura faz jus ao estilo, com a inserção perfeita da aveia. Uma belíssima breja.
Brilhante interpretação de uma Imperial Stout, feita pela De Molen. A Rasputin é uma das milhares de Imperial Stout já criadas pela cervejaria holandesa, entre elas a famosa Hel & Verdoemenis. Com uma aposta maior na esterificação das leveduras e com perfil mais licoroso e adocicado, a De Molen Rasputin acerta em cheio o meu paladar.
Possui coloração negra, com reflexos avermelhadas e altíssima opacidade. Coroando o líquido um creme, que me foi servido com volume generoso, mostrando também boa persistência e textura cremosa, fazendo um belo lacing.
O aroma traz um torrado suave, lembrando bastante chocolate e baunilha, deixando espaço para que os aromas frutados das leveduras fiquem em evidência, lembrando principalmente a cerejas, ameixas e um pouco de morando. Os aromas mais rústicos ficam em segundo plano, trazendo aromas de cinzas e madeira. Há ainda tons adocicados de mel, e os lúpulos tchecos trazendo aromas picantes e cítricos (grapefruit).
O perfil adocicado segue na boca, lembrando bastante melaço e chocolate ao leite, mesclado a um potente frutado, que lembra vividamente vinho do porto. O amargor vem também marcante, tanto dos lúpulos quanto dos maltes torrados, de maneira bem harmoniosa. O álcool acaba se sobressaindo um pouquinho, quebrando um pouquinho o equilíbrio.
Graças a grande carga de malte, possui um corpo robusto, de caráter quase oleoso. Mesmo com o forte aroma adocicado dos maltes e dos esteres frutados, o lúpulo consegue destaque, tanto no aroma, quanto no amargor, deixando todos os elementos em evidência.