Bohemian Pilsen e Decocção Tripla

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9 anos 4 meses atrás #62830 por André Rodrigues
Pessoal,
Esse fim de semana vamos produzir um Pilsen e a ideia era realizar o processo de forma tradicional da Pilsner Urquel, utilizando uma decocção tripla.
Baseio meus conhecimentos sobre decocção nesse excelente documento do mestre Ricardo Rosa.
www.acervacarioca.com.br/attachments/020_decoccao.pdf

De acordo com esse documento, quando utilizamos a decocção tripla, a cerveja acaba ficando muito tempo na parada proteica.
Isso vai contra tudo o que já ouvi sobre parada proteica. Normalmente é dito que ela deve ser feita por pouco tempo e, de preferência, quando há cereais ricos em proteína sob o risco de causar problemas na formação de espuma e de deixar a cerveja com uma sensação aguada.

Alguém aqui já fez uma decocção tripla e pode me relatar o resultado? Alguém sabe se há algo que deve ser feito para evitar esses problemas da parada ou se o próprio processo de decocção mitiga isso de alguma forma?

Abraços.
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9 anos 4 meses atrás #62831 por Gustavo Silva
André, já me atrapalhei várias vezes e deixei algumas cervejas por mais de 30 minutos na temperatura da parada proteica e nunca tive problemas sérios com formação de espuma. O que acontece é ela durar um pouco menos, mas nada preocupante.

Já utilizei a decocção tripla numa época que eu estava tendo problema com rendimento e fiz um teste com uma parada inicial pra acidificar o mosto. Era uma weiss, ficou bem maltada (quase enjoativa) e sem problemas na formação de espuma.
Os seguintes usuário(s) disseram Obrigado: André Rodrigues
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9 anos 4 meses atrás - 9 anos 4 meses atrás #62837 por Alex B
Respondido por Alex B no tópico Bohemian Pilsen e Decocção Tripla
André,

A idéia da parada proteica é favorecer a atuação da polypeptidase que é muito sensível à temperatura, um pouco mais de 55 graus e ela denatura, esta enzima corta a proteína no meio, e a idéia aí é cortar proteínas grandes tipo a hordeina, que fica insolúvel em baixa temperatura e causa o “chill haze”. A carboxypeptidade é a outra enzima que corta proteína, mas ela o faz um aminoácido por vez, assim ela não reduz o tamanho das proteínas grandes que ficam insolúveis, mas é ela que fornece os aminoácidos necessários às leveduras; ao contrário da polypetptidase, ela é bem resistente ao calor.

O que quero dizer é que a parada protéica não acabará com as proteínas mas as cortará em cadeias de menor peso molecular que não vão precipitar quando a cerveja for gelada. A parada protéica é principalmente para clarificar a cerveja, e se for necessária pode ser feita até uma hora.

Alex

André Rodrigues escreveu: Pessoal,
Esse fim de semana vamos produzir um Pilsen e a ideia era realizar o processo de forma tradicional da Pilsner Urquel, utilizando uma decocção tripla.
Baseio meus conhecimentos sobre decocção nesse excelente documento do mestre Ricardo Rosa.
www.acervacarioca.com.br/attachments/020_decoccao.pdf

De acordo com esse documento, quando utilizamos a decocção tripla, a cerveja acaba ficando muito tempo na parada proteica.
Isso vai contra tudo o que já ouvi sobre parada proteica. Normalmente é dito que ela deve ser feita por pouco tempo e, de preferência, quando há cereais ricos em proteína sob o risco de causar problemas na formação de espuma e de deixar a cerveja com uma sensação aguada.

Alguém aqui já fez uma decocção tripla e pode me relatar o resultado? Alguém sabe se há algo que deve ser feito para evitar esses problemas da parada ou se o próprio processo de decocção mitiga isso de alguma forma?

Abraços.

Ultima edição: 9 anos 4 meses atrás por Alex B.
Os seguintes usuário(s) disseram Obrigado: André Rodrigues
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9 anos 4 meses atrás #62844 por André Rodrigues
Certo Pessoal.
Obrigado pelas respostas. Farei a decocção com a parada sem medo.

Abraços.
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