Luciana Ribeiro escreveu: Outro dia, lendo com atenção o rótulo da Rochefort 10 vi que ela leva cereais não maltados em sua composição. Eu sempre associei cereais não maltados a cervejas comerciais e não imaginava que eles entrassem na composição de uma trapista. É errado, então, dizer que os cereais não maltados abaixam a qualidade da cerveja?
Cereais não maltados e outros tipos de adjuntos (xaropes de alta maltose, açúcares, etc) são usados quando o objetivo é atingir um determinado teor alcoólico sem um correspondente aumento de corpo da bebida. Nas ales belgas isso é muito comum, pois do contrário poderia resultar em cervejas mais "pesadas" (como, por exemplo, a nossa Eisenbahn Strong Golden Ale, puro malte), sendo que isso não é desejado. Nas lagers de massa, também têm a função de reduzir custos.
Quanto à qualidade... bem, isso já é mais relativo. Em um estilo da escola alemã, por exemplo, pilsner ou bock, considero que tais adjuntos afetam negativamente a qualidade e até descaracterizam a cerveja, pois estes ingredientes não fazem parte da tradição da referida escola. Em relação às belgas, não vejo problema algum. Considero, inclusive, a Rochefort 10 um ícone mundial em termos de qualidade e sabor!