Baladin Xyauyu Etichetta Argento
Informações
Impressionado com os sabores intensos inerentes às sherry originais da região de Jerez, na Espanha, e compreendendo os efeitos da oxidação sobre a cerveja, Teo Musso se dispôs a criar um estilo de cerveja de tal distinção que provocasse temor na comunidade cervejeira. Em 1999, ao fabricar a Elixir com os fermentos usados para produção de whisky, Teo queria imprimir notas de sherry e vinho do Porto ao perfil daquela cerveja. Na tentativa de super oxidar sua cerveja, ele iniciou o método de oxigenar naturalmente a cerveja, deixando-a aberta no quintal. Depois, mudou para um método fechado com a convecção de oxigênio puro por um ano e envelhecimento posterior, levando até dois anos e meio para finalizar a intrigante cerveja, que fermenta por mais de um mês com levedura exclusiva. O resultado é a linha Xyauyu, o nome do “neto imaginário” de Teo, que são tão estáveis que podem permanecer abertas por um ano, sem alteração do sabor. As três são bastante licorosas, adocicadas e muito complexas. A produção é bem limitada e esta cerveja deve ser consumida e vendida em pequenas doses, podendo ser servida em taça de licor.
Avaliações dos usuários
O rótulo prateado traz, na minha opinião, o mais próximo do objetivo inicial de Teo, com aromas claríssimos advindos de oxidação, lembrando de fato Xerez ou Vinho do Porto.
Servida numa pequena tacinha de 50 ml, esta Baladin, mostra a presença nula de qualquer traço de carbonatação, pelo menos visualmente. Uma coloração de líquido castanho, me parecendo com pouca translucidez e obviamente nenhuma formação de espuma.
No aroma, mostra-se complexa e marcante, com um sólido caramelado e um frutado de ameixa aparecendo em primeiro plano. O álcool e a doçura confundem um pouco, hora trazendo aromas de vinho do porto, outras de cachaça. Com intensos aromas de mel, melaço de cana, chocolate. A longa maturação ainda trouxe um delicioso frutado de uvas-passas e cerejas, com um fundo amadeirado. Toques levemente salgados de castanhas e molho de tomate aparece em segundo plano, bem sutis e quase ofuscados pelo caráter licoroso da cerveja.
Na boca a doçura continua imperando, novamente lembrando vividamente um vinho do porto, com as nuances de mel se destacando mais. Em harmonia a esta doçura, tons de frutas vermelhas, principalmente cereja e uvas maduras, que reforçam ainda mais este perfil vinificado. Tem um acidez leve, muito bem colocada, que quebra um pouco da doçura, dando mais equilíbrio e até um pouco mais de drinkabillity. Drinkabillity na verdade é uma palavra que não combina muito bem com esta cerveja, já que me senti bem satisfeito com a dose de 50ml, o que me faz pensar as Xyauyú são ótimas cervejas para substituir os mais tradicionais digestivos. A carbonatação se confirma nula, e a textura bem grossa e licorosa, necessária até, para segurar os potente 14,5% de álcool que naturalmente são perceptíveis, mas não de maneira agressíva, ao meu ver.
Minha primeia experiência com a linha Xyauyú surpreendeu positivamente. A Argento é provavelmente a mais equilibrada de todas, traz os aromas advindos da oxidação em grande harmonia e mesmo tendendo com muita força para o adocicado, não chega a desagradar, mesmo que isso reduza o drinkabillity potencialmente.