– Que cerveja você gosta?
– Heineken.
– Heineken? P**ra nenhuma! Pabst Blue Ribbon!
Passagem de Blue Velvet (1984), de David Lynch
A tenebrosa figura paternalista substituta de Frank Booth pode ser uma das mais marcantes presenças do Édipo na história do cinema, mas nas linhas narrativas oníricas de David Lynch, é comum ver o ridículo se tornar sublime em passagens aparentemente inofensivas. Dez anos mais tarde, o genial Tarantino ganhava o Oscar de melhor roteiro original com seu labirinto temporal no qual o mundo aprendia que Quarteirão com Queijo se chama Royal Cheese na França; contudo, para Lynch, o paralelo entre Europeus o o Americanos é traçado pela escolha da breja e seu “papai tirano” impusera, sem pestanejar, sua favorita Pabst Blue Ribbon. Vamos avaliá-la!
“Estabilished in Milwalkee 1844”, a PBR tem história e agora parece ser produzida no interior de SP, contendo malte de cevada, milho e lúpulo. Sim, milho, você leu bem... A lata parece ser semelhante à do filme, bela e convidativa. No copo, a tradicional american lager tem cor amarelada clara e espuma branca espessa, exalando um aroma pouco marcante. Ao gole, tem amargor curto e um ‘timbre’ refrescante, quase não se nota que o não-maltado, mas o ‘estampido’ metálico lembra o brasileiro que, para que paguemos um preço competitivo, Budweisers, Amstels (e Blue Ribbons) necessariamente passam por um processo de “Skolzação”. Frankie que me perdoe, mas concordo com Jeffrey Beaumont: a Heinken é muito melhor... ao menos em suas versões tupiniquins. Agora com licença que eu vou terminar meu filme.