Sediada na Escócia, Brewdog é certamente uma das mais famosas cervejarias da cena 'craft' mundial.
Tudo começou em 2007, quando os amigos James Watt e Martin Dickie, cansados das cervejas convencionais, resolveram por as mãos na massa e criar suas próprias receitas. Para isso, financiaram um prédio em Fraserburgh, investiram todo o dinheiro na compra de equipamentos e deram início a produção.
Com o intuito de arrecadar mais fundos, em 2009 lançaram o programa "Equity for Punks" - um sistema de venda de ações online que já atraiu mais de dez mil investidores. O negócio então cresceu rápido. Já em 2010 veio o primeiro bar oficial da marca. Com o aumento da produção, em 2012 a fábrica principal teve de ser transferida para um lugar maior na cidade de Ellon.
Hoje a Brewdog tem mais de 40 bares espalhados por 12 países (incluindo o Brasil) - e o número não para de crescer.
DOG B
*Unidade envasada em 17/06/2013
**Degustada em temperatura ambiente externo (15ºC)
Rótulo de tiragem única, lançado para celebrar os 6 anos da Brewdog em 2013. Trata-se de uma 'Imperial Stout' com adição de cacau, café brasileiro de Carmo de Minas (MG), além da poderosíssima pimenta Naga - tida como a mais forte do mundo.
A "Dog B" integra uma série de rótulos comemorativos de aniversário que se iniciou com a "Dog A" (em 2012) e hoje está já na "Dog F". Vale lembrar que as três primeiras edições ("A", "B" e "C") mantém a mesma receita da "Abstrakt AB 04" - um outro rótulo da casa que já tinha sido lançado de maneira restrita em 2010.
Líquido negro de aspecto oleoso. Servido, forma espuma marrom baixa, de curta duração.
O aroma ressalta a pimenta dentre nuances de torra, chocolate, café, toffee e ameixa seca. Certa oxidação gerada pelos anos de guarda, contudo, parece ofuscar parte de seu brilho.
Na boca tem corpo robusto, carbonatação sutil e sensação viscosa. Notas de açúcar queimado, chocolate amargo, turfa, fumo de corda e café amanhecido grudam na língua como um elixir concentrado. Moderada ardência de pimenta e álcool sobrevém ardilosa nas entrelinhas. Os goles são sempre pequenos, impregnados de muito sabor. Final longo, torrado, picante, contrapondo leve adocicado e intenso amargor. Traços até então latentes de oxidação ficam evidentes no retrogosto.
Tem-se assim uma cerveja excelente, mas que já demonstra sinais de cansaço após quatro anos de guarda. Pesada ao extremo, e com um ritmo de beber lento, deve ser a companhia perfeita para algumas horas de charuto.