Heilig Stout

Cor negra, creme marrom volumoso de longa duração.

Aroma de torrado e um pouco de café. No sabor destaque para torrado e grande amargor, leve café e toffe, um pouco de fermento, alcool nitido que não compromete, retrogosto bem amargo seco e delicioso.

Quero mais!

Sou fã incondicional e confesso das Imperial Stout, por ser um estilo que consegue unir , riqueza e complexidade dos maltes, com um potente amargor e aromas secundários das leveduras. Essa curitibana no caso, talvez não mostra tanta complexidade e sim um amargor infernal, fazendo jus aos seus 103 IBU.
Sua coloração é um marrom escuro, em tons avermelhados, potentes, com baixa translucidez. O creme se forma impressionantemente bem, exibindo uma coloração bege, uma persistência fantástica, alta densidade e textura aerada.
No aroma já é perceptível a dose cavalar de lúpulo utilizado. O lúpulo rouba o papel principal e confere notas herbáceas e terrosas a cerveja. O malte torrado também vem potente, trazendo principalmente notas de café e madeira queimada. Em segundo plano, os esteres frutados de cerejas, uvas-passas e maçã vão ficando cada vez mais em evidencia com o aumento de temperatura.
A entrada é adocicada, com predominância das notas frutadas e do leve caramelado. Logo esse docinho, em questão de instantes, desaparece, para dar lugar a uns dos mais potentes amargores que já senti na minha vida. O amargor não vem só daquele torrado, característico do estilo, mas também com uma herbáceo digno de uma IPA das mais potentes. Seu corpo não é dos mais denso do estilo e sua carbonatação é mediana. O retrogosto é longuíssimo e o álcool é pronunciado, tanto que chega a dar uma arranhadinha na garganta.
Trata-se de uma Imperial Stout violenta, que não faz questão nenhuma de agradar aos paladares mais delicados, e provavelmente não agradará aqueles que tem mais sensibilidade ao amargor.

Creme marrom, que se forma muito bem, todo aerado e tem baixa persistência, e nem deixando rastros de sua passagem. Marrom escura na cor, opaca.
Aroma muito agradável, com o malte torrado dominando trazendo café e chocolate e um fundinho de caramelo, já o lúpulo traz um toque de flores interessante para o conjunto, algo amadeirado e fumaça. Mais para fim quando a temperatura da Breja estava mais alta, senti um tom de baunilha bem gostoso e algo cítrico e ainda um álcool que deixa bem nice a mente.
Bem encorpada, carbonatação correta e com textura meio licorosa, viscosa.
Na boca as sensações são mais evidentes, café bem explicito, com um chocolatinho
mais de fundo, assim como o caramelo mais queimado. Um toque herbal e floral do lúpulo, algo bem discreto. O álcool é presente, mas nada que chegue a “rasgar” a garganta, mas que dá uma sensação de calor poucas vezes sentida.
Retrogosto que começa adocicado, evoluindo para um torrado de café e um toque de chocolate e caramelo queimado, descambando para um amargor torrado de café, que persiste eternamente.
Breja para poucos, amargor evidente demais (103 IBU), já tomei algumas com IBU elevado também, mas essa pega mais na “veia”, e isso pode assustar alguns. Imperial Stout sem tanta complexidade, mas tem uma boa intensidade nas sensações, principalmente na boca. O álcool poderia ser menos na cara, o que acaba por baixar o drinkability.