Mais um rótulo lançado pelo "Social Beers" - site que organiza projetos cervejeiros através do sistema de 'crowdfunding' (ou financiamento coletivo).
Dessa vez a parceria é entre duas cervejarias "ciganas": a americana Stillwater Artisanal e a brasileira Dogma (junção das marcas Noturna, Serra de Três Pontas e Prima Satt).
GUANDIRÔ
Deus da Noite conhecido por beber o sangue dos homens: este é Guandirô na mitologia Tupi-Guarani. Já a cerveja traz uma 'Black Saison' com adição de polpa de açaí. A receita utiliza ainda quatro tipos de maltes de cevada, malte de trigo, lúpulo "Magnum" e 'dry-hoping' de "Mosaic". Amargor de 30 IBU.
*Unidade produzida sob contrato nas dependências da cervejaria Blondine, em Itupeva (SP).
Líquido turvo, castanho escuro, permitindo pouca passagem de luz. No copo apresenta espuma incrivelmente fugaz que desaparece na hora como em um refrigerante.
O aroma destaca elementos frutados e terrosos advindos da junção entre lúpulo e açaí. Reminiscências de manga, tamarindo e beterraba vêm sublinhadas por suave traço de caramelização/tosta do malte.
Na boca tem corpo médio e carbonatação amena. A combinação de malte caramelizado e açaí resulta num sabor adocicado com leve acidez. Notas de manga, goiaba, tamarindo e beterraba proporcionam uma sensação 'sui generis' que se traduz numa espécie de "tropicalidade terrosa". Final agridoce, ligeiramente tostado.
Cerveja estranha, que deveria ser encarada como 'Specialty Beer'. De todos os rótulos lançados pela Dogma até agora, talvez este seja o menos interessante.
******************* Degustação de unidade velha em 20/02/2022
Rótulo lançado através do antigo Social Beers: uma plataforma já extinta de crowdfunding cervejeiro.
Trata-se de uma Black Saison elaborada colaborativamente pelas cervejarias Dogma (de São Paulo) e Stillwater Artisanal (dos Estados Unidos). Entre seus ingredientes estão polpa de açaí, quatro tipos de malte de cevada, malte de trigo, lúpulo Magnum e dry-hoping de Mosaic. 30 IBU.
Disponibilizada no final de 2015, a unidade venceu em 23/09/2016. Tomei algumas quando fresca e, agora, tomo uma velha.
De coloração castanha escura, praticamente não forma espuma.
No nariz, notas de toffee e oxidação vem à frente. Nuances terrosas, remetendo à beterraba, junto a discreto toque cítrico, surgem de fundo.
O sabor ressalta o malte passando por toffee e sutil tostado. Sugestões breves de beterraba e casca de laranja complementam. Corpo médio, carbonatação reduzida. Razoável amargor equilibra o final predominantemente maltado, com leve terroso e um azedinho sutil.
O resultado é uma cerveja que, com o passar dos anos, trouxe o foco para o malte. Porém, da mesma forma que antes - ainda que não seja ruim - continua pouco interessante.
