Então... e a Wals se rende ao milho. Ao dinheiro sempre, mas ao milho era inesperado. Mas, paixões à parte, vamos à cerveja.
Antes de tudo, realmente quebrou certos paradigmas. O primeiro é que parece ser mais importante para a cerveja ter mais lúpulo do que ter mais malte (opinião). O segundo é que IPA pode levar milho, ou maltoses de uma forma geral, sem deixar de ser IPA.
E essa IPA é boa, bastante amarga, com exagero de lúpulo, herbais, aromas que remetem ao cítrico do maracujá, aquele cheiro de mamão "de vez", nem maduro; nem verde.
Aquele gosto amargo, potente, com retrogosto longo e impregnante. Aquela limpeza no paladar que apura o sabor de molhos fortes ou daquela costela de carneiro marinada, gorda e suculenta.
A cor é pálida, a espuma não convence, mas é, no geral, uma puta IPA. Os 15% de milho não afetaram tanto. Claro que "erraram a mão", com diz o pretensioso rótulo, no excesso de lúpulo para esconder o adocicado malversado do milho, mas ficou pra mim a lição de que o real problema das estupidamente geladas da wals, ops, ambev, é com certeza a falta de lúpulo.
Então, faço aqui à Wals um pedido em forma de pergunta (meu professor de filosofia dizia que a pergunta certa tem medade da respota): por que em vez de adicionar milho as suas muito bem sucedidas receitas, querida Wals, não ensinas à Ambev, seu superego neste momento, a colocar lúpulo nas delas???
Desabafo e stand up feito, a cerva é boa.
Pq, pq lúpulo é caro, rs.