A impressão que me dá é que a Baden Baden não estava mirando no público apreciador de cervejas com este lançamento, mas sim no público ligeiramente curioso mas que não gosta de cerveja. Mais ou menos como se fosse para ser pedida no bar pela pessoa da roda que não gosta de cerveja. A receita não busca um equilíbrio entre os ingredientes adicionados (cacau e baunilha), que sobepujam largamente as características de malte e lúpulo e vão se tornando um pouco enjoativas. No copo, apresenta cor marrom média e bem opaca, lembrando chocolate ao leite, com boa espuma. No aroma e no sabor, predomina gritantemente o chocolate, com remissões a Nescau com leite, biscoito recheado de chocolate, baunilha e um forte caramelado que parece ser de malte. Lembra razoavelmente o aroma da Backer Brown. Rosas e maçã vermelha complementam o sabor com um quê de "cerveja". Na boca, a sensação é um pouco decepcionante: o paladar tende ao neutro, com pouco amargor, doçura apenas mediana e uma certa acidez que se destaca incomodamente. Apesar de uma certa textura cremosa, a alta atenuação faz com que o corpo pareça ralo, aguado, como se fosse um Nescau feito com leite desnatado, ou leite em pó diluído demais. A alta carbonatação intensifica a sensação de acidez, que não harmoniza com o peso do chocolate. Em resumo, a mim não agradou nada. Não é nem uma boa cerveja (pois que todos os elementos de "cerveja" dela são atenuados), nem uma boa bebida com chocolate (pois lhe faltam a riqueza e a cremosidade que se esperam), e nem mesmo um chocolate de boa qualidade (pois lembra mais chocolate ao leite vagabundo). E nem sequer tem uma grande drinkability, pois o sabor tende a ficar enjoativo com o tempo. Tentei avaliar de forma neutra, mas realmente entendi que o público cervejeiro não é o alvo deste lançamento.
Inicialmente, devo dizer que ao avaliar essa cerveja, procurei ser o mais neutro possível, deixando de lado o preconceito que se instaurou involuntariamente. Como dito pelo mestre Mauricio acima, tentemos avaliar ela pela PROPOSTA.
O líquido é marrom escuro, a formação é densa e de boa duração; O aroma, é bem equilibrado entre as notas de tostagem, baunilha e chocolate; Parafresearei os dois confrades: lembra de fato, ovo de páscoa, biscoitos wafer, e qualquer outra coisa que tenha uma dose de chocolate doce (literalmente doce, não aqueles belgas nem meio amargor); A mim, por exemplo, lembrou muito uma medalinha de chocolate que eu ganhava quando criança, ao tomar café em um lugar específico. A boca, inicialmente, traz um corpo leve para o esperado, mas até que satisfatório. As notas de baunilha ajudam nessa percepção do corpo, mas não chega ao aveludado, procurado em cervejas do tipo; Mas, como, novamente, não estamos falando de comparações, colocaremos como aceitável. A boca, traz um levíssimo tostado, mas a característica é simplesmente: DOCE. O chocolate bate literalmente como um achocolatado. Como dito pelo confrade Henrique, eu não me atrevo a falar sobre o drinkabillity dela, visto que, o dulçor em excesso, para mim, gera um desequilíbri gritante, mas, tenho certeza que pessoas não tão acostumadas a beber cerveja vão ter uma aceitação melhor; Um ponto importante e de diferencial, é a alta carbonatação que ajuda no dulçor pois traz uma boa refrescância (acho que se a carbonatação fosse mais baixa) tenderia a desequilibrar mais ainda.
Na minha percepção, talvez essa breja fosse uam boa tendência a "beer evangelizar", pois ela é planejada a ser então adequada ao paladar brasileiro, acostumado com cervejas mais doces, menos encorpadas. A sua proposta é interessante e atende.