A cervejaria Van Steenberge fica na pequena vila de Ertvelde, município de Evergem, Bélgica.
Fundada em 1784 por Jean Baptise De Bruin, foi inicialmente chamada de De Peer.
Jean faleceu cedo e sua esposa assumiu o negócio. Anos mais tarde, após a morte da esposa, a cervejaria foi herdada por um primo dela, Jozef Schelfaut, que já executava o papel de mestre cervejeiro na fábrica.
Com a morte de Jozef, a cervejaria ficou para sua filha, quem então se casou com Paul Van Steenberge, um professor de microbiologia. Em 1919, Paul mudou o nome da cervejaria para Bios. Seu filho e, mais tarde, seu neto, foram os herdeiros posteriores. Em meados de 1960 a cervejaria finalmente recebeu o nome da família: Van Steenberge.
Hoje, sob o comando da sétima geração, a empresa exporta para diversos países do mundo.
GULDEN DRAAK BREWMASTER
Cerveja feita em homenagem a Jozef Van Steenberge, cervejeiro da 5ª geração da família Steenberge (e avô do atual mestre-cervejeiro) quem, em 1975, trouxe importantes inovações para a empresa no sentido de inseri-la no "movimento artesanal".
O rótulo traz como base a "Gulden Draak Classic" (uma espécie de Dark Tripel) envelhecida em barris de madeira previamente utilizados na produção de algum tipo de destilado (a variar de acordo com a disponibilidade). Vale, assim, ressaltar que a cervejaria não especifica que tipos de barris exatamente foram utilizados na maturação. Pelo posicionamento comercial da empresa, entretanto, penso ser bastante provável que o conteúdo final seja o resultado de um blend entre cervejas de diversos tipos de barris (e talvez até mesmo uma cota de cerveja fresca) de modo a auferir ao produto seu determinado padrão.
De coloração âmbar, forma uma camada fina e perene de espuma bege clara.
No nariz, reminiscências de pêssego em calda, figo e doce de cidra vêm à frente, seguidas por toques de caramelo, cravo e baunilha.
Ao paladar entrega corpo altíssimo e reduzida carbonatação. Significativo dulçor caramelado protagoniza ao centro, ladeado por sugestões de compota de figo, ameixa preta e doce de casca de laranja; notas pontuais de cravo e baunilha complementam, ao fundo. Percepção de álcool inequívoca, diria acima do desejável. Final licoroso, caramelado, levemente cítrico, amargo, condimentado.
Cerveja parruda com algumas arestas. Menos distinta e arredondada do que eu imaginava - confesso - porém, ainda assim, agradável.