Fundada em 1871 a "Duvel Moortgat" é uma das maiores e mais conhecidas cervejarias belgas, produzindo e exportando diversos rótulos para mais de 40 países mundo afora. Sua mais afamada cerveja é a "Duvel", uma 'Golden Strong Ale' cujo nome significa "diabo" num dialeto flamengo. Originalmente lançada para celebrar o final da Primeira Guerra, ela foi inicialmente batizada de "Victory Ale". Reza a lenda, porém, que em 1923, após experimentá-la pela primeira vez, um funcionário teria exclamado "nen echten duvel" (isto é um verdadeiro diabo) em referência ao elevado teor alcoólico. Nascia assim o novo nome.
DUVEL TRIPEL HOP
A tradicional receita da Duvel utiliza dois tipos de lúpulos, respectivamente o inglês "Styrian Goldings" e o tcheco "Saaz". Em 2007, contudo, a cervejaria resolveu experimentar uma versão um pouco mais alcoólica na qual um terceiro tipo de lúpulo foi adicionado (também no "dry hopping"), inaugurando assim a série especial limitada, "Duvel Tripel Hop".
A receita se repetiu em 2010, surgindo novamente em 2012, só que utilizando "Citra" em vez do "Amarillo" das edições anteriores. Ainda em 2012, por decisão da diretoria, foi resolvido que a série "Tripel Hop" passaria a ocorrer anualmente. A versão 2013 trouxe como convidado o exótico "Sorachi Ace", de procedência japonesa; em 2014, foi o americano "Mosaic". Agora, é a vez é do também norte-americano "Equinox".
O "Equinox", também conhecido como "HBC 366", é uma variedade de lúpulo desenvolvido pela empresa "Hop Breeding Company". Sua origem advém do lúpulo "Warrior" e seu nome é uma referência ao "equinócio".
Líquido dourado, ligeiramente enevoado. Na taça exibe abundante formação de espuma branca de longa permanência.
Aroma intenso, atravessado por elementos lupulados, frutados e condimentados. Notas de mamão, raspas de limão, melão e pinho se desprendem com desenvoltura. Ao fundo, sutil toque de pimenta verde confere um viés de profundidade. Excelente!
Na boca tem corpo alto de carbonatação elevada. Toques de lúpulos cítricos, frutados e herbáceos surfam em ondas xaroposas de dulçor maltado desferindo um amargor firme e picante. Sugestões de lima/limão, melão, bala de laranja e pinho permeiam o final amargo, melado e levemente resinoso. Pronunciada sensação condimentada persiste no retrogosto. Álcool bem inserido e 'drinkability' mediana.
Mais uma admirável encarnação da Duvel em sua série "Tripel Hop". Do meu ponto de vista, melhor que a do ano passado por não ser tão enjoativa.
