Saison feita com maltes escuros, misturando características de uma brown porter com uma saison belga. O estilo é experimental, mas já existem algumas interpretações em relações às quais ela pode ser comparada. A interpretação da Stillwater aposta no sabor caramelado e achocolatado dos maltes e em um frutado expressivo, deixando um pouco em segundo plano o frescor rústico que se encontra nas saisons belgas. A apresentação é bastante bonita, como todos os rótulos da cervejaria, mas o blablabla filosófico-nietzschiano quer dizer muito pouca coisa para quem de fato já leu o filósofo alemão. No copo ela é muito bonita, com um marrom bem escuro e brilhante, com reflexos cor de ameixa e creme competente. No aroma, sobressaem-se primeiro os tons torrados (amendoim torrado, chocolate ao leite, algum café, caramelo) e depois começa a se notar um forte frutado com muita banana-passa e uvas passas. Há ainda um cravo evidente, que dá à cerveja ares de Dunkelweizen. Terroso e anis condizem com o estilo, mas ficam em segundo plano. Minha garrafa, já quase no vencimento, apresentou ainda muita amêndoa crua e um pouco de oxidação. Na boca, ela começa bem doce (mais do que se espera) e conduz a um final picante, ácido e seco, típico de saisons. Amargor é mediano, e o lúpulo aparece pouco, o que é atípico nas interpretações americanas do estilo. Corpo leve, bem atenuado. No cômputo geral, achei que faltou tipicidade: eu esparava um pouco mais daquele caráter rústico do estilo (muito presente, por exemplo na Green Flash Friendship Brew), que aqui é suave.
