Uma das mais respeitadas Barleywines americanas, este velho guardião mostra pra que veio. Brilhantemente equilibrada e complexa, a Old Guardian muda sutilmente a receita todos os anos, brincando com diferentes varietais de lúpulos e maltes. Nesta versão abusa de insumos ingleses, como maltes crystal Maris Otter e lúpulos East Kent Golding no dry-hoppin'.
Apresentou coloração âmbar, na taça, com pouquíssima translucidez. Seu creme se forma discretamente, apresentando coloração marfim e uma duração curta, mas desenhando as laterais da taça com rendas.
De fato, os maltes já apresentam uma complexidade alucinante, remetendo a nozes, castanha do pará, além de trazer sugestões de caramelo e ameixa. Os lúpulos não ficam atrás e trazem um perfil rústico, resinoso e herbal. Por fim, mais ao fundo aromas sutis de frutas vermelhas e sugestões de vinho do porto.
O equilíbrio continua no paladar, com a doçura pronunciada dos maltes combatendo o amargor feroz de quase 100 IBU dos lúpulos. No finalzinho, resta aquele gostinho delicioso de nozes, que persiste por um bom tempo, mesmo com a lupulagem intensa. Graças a carga abundante de maltes, traz uma mouthfeel licorosa e sedosa.
Se algumas Barleywines americanas pecam um pouco por desequilíbrio, na minha opinião, a Stone reverteu a situação. Conseguiu criar uma atmosfera harmônica e sem perder o caráter marcante das American Barleywine, ainda trazendo uma complexidade aromática de fazer inveja. Não é a toa que é uma das minhas cervejarias favoritas.