A Anchor faz uma das cervejas de Natal mais interessantes que já provei. Na edição de 2010 mesclou muito bem as características picantes da adição das especiarias, não reveladas pela cervejaria, e a riqueza dos maltes, tornando a cerveja complexa, rica e pouco enjoativa, como geralmente são as cervejas muito condimentadas, ao meu ver.
Vertida na taça, apresentou-se marrom, com reflexos avermelhados e uma translucidez razoável. Com creme bege, de formação abundante e ótima duração, que ainda fez rendas nas laterais da taça.
Uma confusão se faz na cabeça com tamanha variedade de especiarias. Lembranças muito vívidas de baunilha, canela, cravo, erva doce além de cidreira se fazem presente. Serão todas elas adicionadas? Tudo isso encaixa perfeitamente com os aromas advindos dos maltes, como chocolate, nozes e avelã.
Inicia-se adocicada no paladar, com lembranças de chocolate ao leite e nozes. De liciosa combinação que evolui para um final picante e adocicado das especiarias adicionadas. Finalmente uma secura fechando o paladar. Possui um corpo relativamente, apesar da sensação sedosa que o malte confere. Tem carbonatação média e uma drinkabillity impressionante para a proposta.
Já não é de hoje que gosto das versões da Anchor para certos estilos de cerveja. Difícil acertar na mão quando se mexe com especiarias. Como verdadeiros mestre-cucas, os californianos fizeram uma receita que surpreende até aqueles acostumados com os cardápios mais finos.
