A "Evil Twin" é mais uma cervejaria de conceito "cigano", ou seja, não possui fábrica própria e por isso utiliza infraestrutura de outras cervejarias para fabricar suas bebidas. De origem dinamarquesa, seu fundador é Jeppe Jarnit-Bjergsø, coincidentemente irmão gêmeo de Mikkel Borg Bjergsø, dono da também conceituada cervejaria "cigana" "Mikkeller".
Jeppe começou a fazer cerveja caseira em meados de 2003 na cidade de Copenhague, mas só em 2010 resolveu registrar o nome "Evil Twin" para iniciar o comércio de suas cervejas. Mudou-se para Nova Iorque em 2012 e atualmente concentra a maior parte da produção nos Estados Unidos.
Há cerca de dois anos a Evil Twin vem produzindo diversas receitas colaborativas no Brasil, sendo a maioria delas com a cervejaria "Tupiniquim", de Porto Alegre (RS). Em abril de 2014 foi anunciado que essa parceria seria ampliada com a criação da "Evil Twin Brewing Brazil" - uma espécie de divisão brasileira da Evil Twin que produz uma linha autoral utilizando a fábrica da Tupiniquim.
BERLINER WEISSE
Pertence ao grupo das 'Sour Ales', as 'Berliner Weisse' são cervejas secas e azedas tradicionalmente fermentadas com uma cultura mista de leveduras e "lactobacillus". Napoleão e suas tropas aparentemente foram bons apreciadores desta típica bebida berlinense, à qual se referiam como "o champagne do norte".
Muito consumido na região antes do advento das cervejas "tipo pilsen", o estilo entrou em plena decadência à partir do final do século XIX. Isso aconteceu principalmente por causa da expansão industrial e a consequente popularização das cervejas ditas "comerciais". Hoje, felizmente, esse estilo tem voltado a ganhar força dentro do movimento artesanal cervejeiro.
ICH BIN EIN BERLINER
("Eu sou um berlinense")
A frase, dita em alemão pelo ex-presidente americano John F. Kennedy, marcou seu famoso discurso de apoio à Alemanha Ocidental. Proferido em Berlim no dia 26 de junho de 1963, fazia apenas 22 meses que a Alemanha comunista havia erguido o seu famoso muro.
Líquido amarelo claro, turvo. Na taça exibe rápida formação de espuma alva e borbulhante.
O aroma combina malte, lúpulo, ácido lático e suave frutado. Reminiscências de pão sírio e leve citricidade misturam-se à notas de maçã e uvas verdes.
Na boca mostra corpo baixo, extremamente carbonatado - tal qual um espumante 'brut'. Delicada base de malte, remetendo à massa de pão, precede nuances de uvas verdes, sidra e laranja azeda. Uma assertiva acidez lática cruza o final seco e estrutura o conjunto. Muito refrescante.
Interpretação bastante particular de 'Berliner Weisse' - um pouco menos azeda do que as versões tradicionais e com um interessante gostinho de lúpulo cítrico. Boa pedida para o verão brasileiro!