Garrafa de número 41065, engarrafada em janeiro de 2009, degustada em comemoração à minha 500ª avaliação aqui no ranking. Devo frisar que como já tinha mais de 3 anos de guarda, provavelmente o corpo, a formação de creme e a carbonatação sofreram algumas alterações esperadas (diminuição da espuma e da carbonatação e atenuação do corpo).
Coloração marrom bem escuro quando o líquido é vertido, na taça da própria cerveja mostrou-se de um negro intenso, totalmente opaco. Apresentou baixíssima formação de um creme bege bolhoso, de curta persistência, que some sem deixar vestígios; foi o único ponto fraco dessa magnífica cerveja, ouso dizer, a partir daí é só ladeira acima. O aroma é excelente e extremamente complexo, lembra muito o da Ola Dubh 30, mas com as notas de whisky ainda mais intensas. O que consegui encontrar: malte torrado, dando sensações de queimado e defumação, chocolate amargo, whisky (obviamente), amadeirado, café e até um pouco de coco queimado. O sabor segue o aroma, repetindo todas as notas, sendo levemente adocicado na entrada; o final é amadeirado e levemente amargo, com o whisky aparecendo nitidamente. Retrogosto longo e muito agradável, dá a impressão que se acabou de beber um gole de um belo whisky. Carbonatação baixa. Corpo médio para alto, com textura macia, licorosa, que beira o oleoso. Álcool muitíssimo bem inserido, mal se percebe. Cerveja que impressiona pela complexidade e pujança de aromas e sabores que exibe, mas que apesar desse caráter intenso e marcante, apresenta boa drinkability, ao contrário de outras igualmente marcantes que, entretanto, empapuçam na metade do copo (Wäls Petroleum me veio à mente). Uma cerveja excepcional e deliciosa, só não bebo mais desse néctar porque o preço é simplesmente proibitivo. Recomendadíssima, uma das melhores cervejas que tive o prazer de degustar até agora e certamente a melhor da Harviestoun disparado, superando até a Ola Dubh 30, que já é primorosa. Cheers!