Sediada na Escócia, a Brewdog é uma das mais famosas cervejarias da cena 'craft' mundial.
Tudo começou em 2007, quando os amigos James Watt e Martin Dickie, cansados das cervejas convencionais, resolveram por as mãos na massa e criar suas próprias receitas. Para isso, financiaram um prédio em Fraserburgh, investiram todo o dinheiro na compra de equipamentos e deram início a produção.
Com o intuito de arrecadar mais fundos, em 2009 lançaram o programa "Equity for Punks" - um sistema de venda de ações online que já atraiu mais de dez mil investidores. O negócio então cresceu rápido. Já em 2010 veio o primeiro bar oficial da marca. Com o aumento da produção, em 2012 a fábrica principal teve de ser transferida para um lugar maior na cidade de Ellon.
Hoje a Brewdog tem mais de 40 bares espalhados por 12 países (incluindo o Brasil) - e o número não para de crescer.
LOST DOG
*Envasada em 12/05/2011
Rótulo produzido em pequena escala de maneira colaborativa com a The Lost Abbey - aclamada cervejaria americana localizada em San Marcos, Califórnia. Trata-se de uma 'Imperial Porter' feita com sete tipos de malte, lúpulo First Gold e então envelhecida por quase um ano em barris de carvalho previamente utilizados por rum. Amargor de 35 IBU.
Marrom escura, quase preta, forma fina camada de espuma bege de baixa retenção.
Aroma intrincado, combinando nuances de chocolate, caramelo, ameixa seca, biscoito e tosta com traços amadeirados/condimentados do barril. Toques de baunilha, vinho fortificado e tabaco acenam de fundo.
Na boca mostra corpo alto, carbonatação contida e textura licorosa. Sugestõs de toffee, calda de ameixa e baunilha chegam primeiro; vinho madeira, chocolate e fumo vêm em seguida. A doçura é considerável, porém nunca exagerada. O calor alcoólico, oportuno, em nenhum momento incomoda. Notas xaroposas de frutas escuras dominam o final doce, condimentado e ligeiramente ácido. Certa sensação de vinho fortificado perfaz o retrogosto.
O resultado, em muitos aspectos, lembra uma 'English Barleywine'. Acho provável que seus mais de seis anos de guarda tenham contribuído para isso. No entanto, o que importa mesmo é que ela é deliciosa e não custa tão caro pra uma cerveja vintage. Aliás, o Brasil deve ser um dos últimos países do mundo onde ela ainda está disponível.
Um feliz Natal a todos e que nunca vos falte a cerveja!