A "Evil Twin" é mais uma cervejaria de conceito "cigano", ou seja, não possui fábrica própria e por isso utiliza infraestrutura de outras cervejarias para fabricar suas bebidas. De origem dinamarquesa, seu fundador é Jeppe Jarnit-Bjergsø, coincidentemente irmão gêmeo de Mikkel Borg Bjergsø, dono da também conceituada cervejaria "cigana" "Mikkeller". Jeppe começou a fazer cerveja caseira em meados de 2003 na cidade de Copenhague, mas só em 2010 resolveu registrar o nome "Evil Twin" para iniciar o comércio de suas cervejas. Mudou-se para Nova Iorque em 2012 e atualmente concentra a maior parte da produção nos Estados Unidos. É o caso da "Lil’ B" uma 'Imperial Porter' produzida na fábrica da cervejaria "Two Roads Brewing Company" em Stratford, Connecticut.
Na taça revela-se um tanto viscosa, de coloração preta totalmente opaca. O colarinho marrom é curto e se desfaz rapidamente tal qual a espuma de um expresso.
De olfato marcante, reúne profundo traço de chocolate combinado a notas de malte torrado, 'toffee' e aveia, delineando um espectro que passa por 'brownie' e trufas, chegando até mesmo a lembrar aquela sobremesa 'Danette'. Delicada pincelada de eucalipto sugere a presença do lúpulo que flana meio a leveza dos alcoóis com sutil inclinação mentolada. Maravilha!
Forte, mas não agressiva, com languidez desfila boca adentro munida de uma textura macia e licorosa. A sensação de mousse de chocolate banhando em calda de caramelo, doce de leite e café é inevitável. Sugestões de trufas, bombons recheados com licor de cacau e bolo floresta negra também ocorrem nessa hora. O álcool presente proporciona confortante aquecimento no exato contexto pedido pelo conjunto. Ecos de pinho e menta abrilhantam o final longo, moderadamente amargo, com muito sabor de chocolate 70% e ligeiro torrado. Persistente, o retrogosto vibra notas intensas de 'toffee', cacau e baunilha, diminuindo a necessidade de goles seguidos e assim prolongando a experiência gustativa.
Praticamente uma sobremesa líquida, a "Evil Twin Lil' B" mostra-se ideal para uma degustação lenta e às bicadas, tal qual uma boa "cerveja de sofá" - na expressão cunhada pelo saudoso Michael Jackson - deve ser. Simplesmente divina.