Barra pesada. Uma stout imperial refermentada com leveduras de champagne para atingir gargantuanos 17.5% de álcool. Daquelas cervejas que não se toma uma long neck sozinho, mas que devem ser divididas e bebidas aos pouquinhos. Doce, pesada, beira um licor. Dentro dessa proposta, é marcante e agradável. A cor é preta opaca, com anel levemente amarronzado no contra-luz, e um creme de desempenho invejável para seu teor alcoólico, deixando rendas na taça. O aroma é uma pancada: inebriante, começa com o ataque quente do álcool, um tanto apimentado, e depois revela muito licor de cacau, chocolate ao leite, uvas passas, cerejas, caramelo, biscoito Maria, algum solvente e traços de molho de tomate. Na boca, começa intensamente doce, como num vinho fortificado, e termina com um final muito amargo, com gosto forte de queimado, ainda assim ser sobrepujar a doçura. O corpo é denso, viscoso, oleoso e levemente melado, e o aquecimento alcoólico é bem mais gentil e bem-vindo na boca do que no nariz. Experiência marcante, extrema, que vale a pena mais pela curiosidade do que pelo equilíbrio. Não se proponha a bebê-la sozinho.