Wensky Chopin

A Wensky Chopin, na expressão criada pelo compositor João Lopes, é "Bicho do Paraná" assim como este simplório apreciador. É do estilo Belgian Strong Ale, sub-estilo Belgian Tripel, este por certo o mais clássico grupo e que caracteriza cervejas belgas de alta fermentação, claras ou escuras, creme destacado com o esperado 'belgian lace', equilibradas e complexas. O perfil é maltado, seja pela lupulagem coadjuvante seja pela adição de candi sugar. Aroma e sabor apresentam, graças à levedura belga, um frutado cítrico, bom condimentado e álcool que pode chegar aos 12% ABV. Em linhas gerais pode-se dizer que na receita de uma Tripel se utiliza algo como 3 vezes a quantidade habitual de malte. Com mais "alimento" as leveduras permanecem em ação por mais tempo e o resultado é uma gama maior de aromas, sabores e álcool do que numa dubbel, por exemplo, e menor do que numa quadruppel em regra.

É produzida pela Cervejaria Wensky Beer, fundada em 2008 na cidade de Araucária/PR por Luciano Wengrzinski - descendente de poloneses. Desde criança acompanhou os pais no fabrico das cervejas, pois era uma tradição familiar que vinha dos avós vindos da Polônia. Aliás, no passado a região de Curitiba recebeu muitos imigrantes daquele país. Seguindo padrões alemães de pureza e fabricação a cervejaria produz cervejas especiais de extrema qualidade dentre as quais a Vienna Lager (cerveja revelação do ano de 2012), a Drewna Piwa (Drewna - madeira, Piwa - Cerveja), premiada em 2012 com medalha de Ouro no Brasil e Medalha de Prata na América do Sul pela South Beer Cup. No portfólio ainda figuram a Baltic Porter, a Saci, a Curupira, a Lobisomem, a Pilsen, a Red Weizen e a Munich Dunkel.

Validade dezembro/2014 - a garrafa é de 750 ml, cor marrom, rolhada e pomposa tal qual o formato requintado das garrafas dos espumantes. Refermentada na garrafa, ostenta um belo e vermelho rótulo ornado com a gravura de um piano. Trata-se de uma edição especial que homenageia Frédéric François Chopin, pianista polonês e um dos mais importantes da história. 'Quando faleceu, seu coração foi retirado devido a seu medo de ser enterrado vivo. Ele foi posto em uma urna de cristal selada, com Cognac, destinada à Varsóvia. O coração permanece até hoje lacrado dentro de um pilar da Igreja Santa Cruz. Curiosamente, seria salvo da destruição de Varsóvia pelos nazistas, em 1944, pelo general das SS Erich Von dem Bach-Zelewski, que anunciou retirarem o coração dele pois a cidade seria destruída, e na reconstrução foi recolocado no pilar da Igreja, onde permanece até hoje com a seguinte frase "Onde seu tesouro está, estará também seu coração".

A Wensky Chopin maturou em barris de grápia, árvore de coloração clara que vai do bege ao acastanhado e que pode ser encontrada por todo o Brasil e em países da América do Sul. Se revela com boa dureza para ser empregada na construção civil, fabrico de móveis e assoalhos.

Vertida na taça revelou um líquido de coloração palha, com turbidez mediana. A espuma branca formou-se de maneira medianamente volumosa e densa, com manutenção razoável e com as tradicionais rendas belgas a deslizar taça abaixo. Perlage perceptível - bolhas pequeninas.

O aroma se mostrou agradável, com notas maltadas, traços de panificação, levedura, algo condimentado e ésteres frutados de pera e abacaxi. Certa acidez inusitada não permitiu distinguir lúpulos e álcool.

No sabor a cerveja se apresenta com uma textura aveludada e com um perfil um pouco mais saliente do que no olfato e permite perceber notas maltadas, fermento, panificação, candi sugar, ésteres frutados de pera e abacaxi e algo condimentado. O álcool de 9,5% ABV apesar de potente não é áspero e harmoniza o conjunto. O final se mostrou seco e azedo e o retrogosto levemente agridoce e ácido. O corpo é médio e a carbonatação é média-alta, com sensações que lembraram um bom frisante. A palatabilidade (drinkability) se revelou ótima!

A mim o conjunto restou um pouco fora do estilo, com uma inesperada acidez. Mas foi uma degustação saborosa e prazerosa, além de refrescante.

Recomendo!

Creme claro, alto e persistente, liquido palha turvo frisante.

Aroma fraco, maltado,frutado.

No sabor um cítrico seco com certo azedinho,lembra vinho branco frisante com um corpo denso. Boa breja!

Vertida apresentou um líquido dourado, nebuloso mas brilhante, com um creme branco de média formação e baixa persistência.
O aroma, apesar de não ser potente, tem uma base de malte e ésteres frutados lembrando damasco e pêra e alguns fenóis. O final apresenta um leve azedo, quase puxando para o aroma de uma sour ale.
No sabor a percepção sour é ainda mais evidente. Na entrada, bem maltada, notas de açúcar e ésteres frutados (damasco) que termina em um final levemente azedo. Não é desagradável mas é inesperado. O aftertaste, bastante suave, combina açúcar belga com notas levemente azedas e condimentadas.
O corpo é médio e a carbonatação é alta. O álcool apesar de bem inserido esquenta o final e o aftertaste.
Uma tripel um tanto estranha, que não chegar a ser uma má cerveja, mas está um pouco fora do estilo e um tanto estranha com essas notas azedas.

Esta Tripel de Luciano Wengrzinski matura em barris de grápia por um período de quatro meses. Tem coloração alaranjada bastante turva e espuma branca, volumosa e muito persistente. O aroma frutado remete a peras e abacaxi em calda, seguido de levedura, vinho branco e pão. Na boca o dulçor é agradável, a carbonatação é intensa, o líquido bem encorpado trazendo aquela sensação de sparkling, que por vezes faz lembrar um champagne. O frutado permanece trazendo mais abacaxi e outros tons cítricos. O final é persistente, muito seco e frutado. Ótima cerveja, Luciano! Parabéns!