Quem está acostumado com as dark strong ales belgas encorpadas e densas, no estilo Chimay, vai se surpreender bastante com esta cerveja perigosamente leve, de boa drinkability e com alguma refrescância. Traz cor castanha, meio violácea, com creme na média. Já no aroma, penso ter notado o parentesco do fermento com aquele usado na Jambreiro Blondie do Humberto Mendes Neto, que traz as mesmas notas frutadas muito frescas de maracujá. Aqui, elas se fazem acompanhar de caramelo do malte e talvez de um toquezinho de frutas passas. No sabor, mais uma vez o frutado domina, com uma presença suave mas agradável dos maltes na finalização (caramelo e leve torrefação). Paladar equilibrado entre doçura frutada e maltada e amargor, tendendo talvez um pouco ao adocicado. O que mais impressiona é a facilidade com que ela desce: seu corpo suave é até refrescante, e o álcool mal se faz notar (e olha que 9,5% não é brincadeira). Pense numa strong golden ale mais leve, bem frutada, e adicione um pouco mais de sabor dos maltes levemente torrados. Parabéns ao Humberto, que mostrou com essa cerveja que sabe muito bem controlar as características de suas receitas para manter a delicadeza do conjunto.