Essa foi uma das primeiras Pale Ales do estilo inglês que experimentei e por ter um preço mais barato por ser tupiniquim, além de na época ser mais fácil de encontrá-la nas grandes redes de supermercados, ela figurava constantemente na minha geladeira. Gostava muito da pegada de caramelo que ela tinha e curiosamente a garrafinha de 330ml me soava mais agradável que a de 600ml, afetação psicológica? Sem dúvida. Bom, sua apresentação veio com uma tonalidade caramelo quase avermelhada e que apresentou alta limpidez e sem bolhas aparentes. A espuma branca veio forte, acintosa e caprichou no colarinho com um firme creme. Conforme desceu a espuma deixou algumas sujeiras nas laterais do copo. O aroma evocou a maltagem caprichada nos dulçores, principalmente no cheiro intenso de caramelo que tanto me agradava nela e que sempre me soou bem inserido e não artificial e que agora percebi que a mesma sensação continua lá. Outros dulçores, como mel e cereais contribuíram com menos destaque, além de um pouco de tostado. A lupulagem dela foi bem baixa e que não deu nenhum destaque ao conjunto. O sabor contribuiu de forma semelhante como o aroma, os dulçores surgiram com o toque intenso do caramelo e menos forte o mel, cereais, palha e ainda sabores de biscoitos. Os amargores tostados e lupulados quebraram um pouco o adocidado no meio do gole, porém perderam na persistência que reverberou no doce. Uma suave lupulagem herbal deu um pouco de toques temperados ao conjunto. Certa acidez característica. O corpo foi médio a baixo e um pouco mineralizado. Sua carbonatação foi bastante alta e excessiva, cheia de sensação crocante na boca. O fim foi seco, de residual doce e com alguma acidez. O retrogosto foi de um leve amargor. Continua sendo uma boa opção aos iniciados, além de uma cerveja honesta. Esta que era a minha English Pale Ale preferida acaba de ser destronada do posto, mas foi bom revisitá-la e ver que ainda tem o seu charme.
