A Baden Baden surgiu em 1999 na cidade de Campos do Jordão (SP), sendo uma das primeiras microcervejarias brasileiras a trabalhar com o conceito "artesanal". Em 2007 acabou comprada pelo grupo Schincariol, que em 2011 foi adquirido pela japonesa Kirin, a qual, em 2017, teve suas operações no Brasil arrematadas pelo grupo Heineken.
KIT EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
Para celebrar os seus 25 anos, a marca lançou, em edição extremamente limitada, um kit com três rótulos clássicos que não fazem mais parte da linha regular: Doppelbock, Red Ale e Stout.
25 ANOS RED ALE
Descontinuada em 2019, trata-se da boa e velha Red Ale em versão repaginada - e sim, pela primeira vez, assumidamente Barley Wine (pra encerrar qualquer polêmica que ainda exista sobre o seu estilo).
Líquido translúcido de coloração âmbar escuro. Servido, forma dois dedos de creme bege claro de média retenção.
O aroma traz malte e lúpulo despontando fortes (quase na mesma intensidade) - com caramelo, toffee e uma tosta leve, a marcar o primeiro, e distinto herbal a chancelar o segundo. Nuances discretas de frutas secas (figo, morango, damasco) complementam, em segundo plano.
Na boca mostra corpo alto e média carbonatação. Caramelo, toffee e razoável tostado desfilam atrelados a breve toque de frutas, com sugestão de figo e morango secos. Aquecimento alcoólico condizente ao estilo. Um amargor firme puxa o final herbal seco, significativamente tostado.
Barley Wine "sui generis" graças a um perfil herbal de lúpulo impertinente ao estilo (English Barley Wine). Questões técnicas à parte, o que se tem é uma cerveja equilibrada, ao mesmo tempo maltada e amarga, com "drinkability" relativamente alta para o calibre.
Tomei muito desta cerveja entre 2009 e 2019, quando foi descontinuada. Nas minhas lembranças ela era algo doce, talvez até meio melada, um pouco diferente do que se apresenta aqui. Posso, claro, estar sendo traído pela distorção de minhas próprias memórias - mas isso agora não importa. O que importa é que esta cerveja faz falta e lamento demais que a Heineken a tenha tirado de linha. Fica então a esperança de que após o "sucesso" desta versão comemorativa ("irony mode on") a empresa a ressuscite, nem que de forma sazonal. Mas como sei que o que manda é o lucro (e, com ele, a impossibilidade de isso acontecer) vaticino, de antemão, a saudade de um tempo bom que se foi e voltou - só para logo partir de novo... Até quando? Não sei.