A "Landbier" é uma pequena cervejaria artesanal sediada na cidade de Presidente Prudente, região oeste do estado de São Paulo. Fundada em 2012, então anexa a um restaurante, ela surgiu graças aos esforços do empresário Luiz Carlos Freitas - vinicultor com anos de experiência profissional que até ali só fazia cerveja por diversão.
A linha, que inicialmente contava com três rótulos, vem se expandindo paulatinamente. Hoje são Pilsen, Weiss, Stout, Belgian Ale, IPA, Barleywine e Rosenbier - isso sem contar eventuais produções sazonais.
Hoje a cervejaria está instalada num local maior e a demanda por seus produtos só vem aumentando. A fábrica também tem produzido receitas de diversas cervejarias "ciganas" como a Von Borstel (Londrina), Mocó 49 (Londrina) , Dhuo (Dracena), Birra de Madre (Santa Cruz do Rio Pardo) e outras.
OAK BARLEY WINE - SAFRA 2013
Acondicionada numa elegante garrafa de espumante, a mais potente cerveja da casa é uma 'English Barlewine' envelhecida durante 18 meses em barris de carvalho francês previamente utilizados na maturação de vinhos fortificados (tipo Porto). Aliás, tais vinhos foram produzidos pelo próprio mestre Luiz Carlos Freitas à partir do corte das uvas Cabefnet Franc e Shiraz, cultivadas em sua propriedade.
De coloração castanha escura, forma um dedo de colarinho bege de média retenção.
Complexo e alcoólico, o aroma se desdobra em camadas especialmente frutadas, maltadas e amadeiradas, com suave condimentado. Em primeiro plano, profundas notas de ameixa seca precedem nuances de Vinho do Porto, cerejas e uvas passas. Traços de açúcar queimado, leve tostado, sutil lembrança de fumo de corda e algum diacetil correm em paralelo. Interessante!
Na boca, predominante sensação vínica perpassa o corpo médio-alto de textura acetinada e carbonatação mediana. Considerável dulçor com sugestão de Vinho Madeira acompanha nuances de morango cozido, compota de cereja e ameixas secas. Leve azedume acético, remetendo à uvas apodrecidas, perfaz o almejado contraponto. O final longo, de agradável aquecimento alcoólico, pincela notas ligeiramente tostadas, ácidas e tânicas. Reminiscências de vinho fortificado ecoam no retrogosto.
Classificar o que temos aqui como simplesmente "Barleywine" não me parece adequado. Afinal, estamos falando de uma cerveja que passou quase dois anos na madeira, o que modifica completamente seu perfil sensorial.
Se o resultado foi planejado ou acidental (quem sabe até mesmo consequência de um "ato falho" freudiano cometido por alguém que dedicou a vida a vinicultura), o fato é que estamos diante de uma cerveja cujo sabor traduz ao pé da letra a denominação do estilo: um VINHO de cevada.