Detalhe da Avaliação

4.2 11
Bélgica
Mauricio Beltramelli
Mauricio Beltramelli
02 de Dezembro de 2009 7829
Avaliação Geral
 
4.8
Aroma
 
9/10
Aparência
 
5/5
Sabor
 
20/20
Sensação
 
4/5
Conjunto
 
10/10
Essa sim é a mais curiosa das Biére Brut. Uma cerveja feita pelo Método Tradicional usando uma base escura. Como seria o resultado? Sua cerveja base é um soco na cara, extremamente licorosa e com potência alcoólica altíssima, o que deixa a Dark Brut mais difícil ainda de imaginar, num "estilo" que deveria ser delicado.
Quando servida no flute, mostra uma coloração acobreada com nuances alaranjadas, lembrando mel. e com translucidez média. Seu creme se forma em abundância, e tem coloração bege, textura aerada, com bolhas médias e uma duração incrível deixando no mínimo uma camada perene de mais ou menos 1 milímetro.
No aroma mostra-se predominantemente frutada remetendo a uvas-passas, ameixas secas, vinho do porto e um toque mais avermelhado de framboesa e cerejas frescas. O malte vem adocicado trazendo mel e chocolate. Há um toque floral, extremamente delicado, já mostrando uma lupulagem bem mais leve do que na sua irmã mais clara. O álcool mostra-se bem pouco discreto, dando uma sensação de esmalte.
Na boca é com certeza a mais adocicada e frutada do que as outras Biére Brut, nem tanto pelas leveduras e sim pelo forte maltado. A entrada é indiscutivelmente adocicada lembrando mel e caramelo. O frutado aparece dominando a língua, trazendo milhares de sensações que vão desde frutas secas (ameixas, uvas-passas e damasco), framboesas, licor de cerejas até um docinho de banana. Há um quê de frutas cítricas (grapefruit e tangerina) que confere uma acidez bem interessante, ainda mais para contrastar com a forte doçura dos maltes. Há uma sensação de vinho do porto também, graças a potência alcoólica e o frutado intenso que confunde a boca. Por falar em álcool, a Dark Brut tem o álcool bem potente, mas bem mais tênue e bem inserido do que na sua cerveja base. O corpo tem uma textura bem mais robusta do que todas as outras Champegnoise, assim como sua carbonatação é bem mais baixa, mesmo sendo de média para alta. Ao final, há um toque herbáceo de hortelã e condimentado, lembrando um pouco noz-moscada e canela.
Talvez a cerveja que menos tenha mudado com o processo de espumantes, mas atenuou o álcool e arredondou o que eu achava desequilibrado na cerveja base. Talvez seja a mais complexa e confusa de todas e encerrou com chave de ouro uma memorável degustação de Biére Brut disponíveis no Brasil até então.

Detalhes

Degustada em
07/Março/2011
Envasamento
Volume em ml
750 ml
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