Cor âmbar puxado para o escuro, linda, mas sem creme e quase sem bolhas subindo. O pouco creme se faz quando a breja é coloca na taça, um creme bege e ralo. Seu líquido é límpido e sem partículas.
Corpo médio, oleoso, bem representado pelas sensações fortes na boca. Quase sem carbonatação, deixa as superfícies da boca apenas com o forte álcool e o adocicado que pode enjoar se tomada em quantidade; perde, portanto, em drinkability.
Mas não é uma cerveja ruim, muito pelo contrário. É forte e com personalidade. É daquele tipo que, num dia frio, dá vontade de abrir e se esquentar por dentro. Como tem 14% de álcool, não recomendo a operação de máquinas pesadas após sua apreciação. A mão fica boba e a cabeça, tranqüila.
O forte doce vem do malte, muito gostoso e marcante. Falta amargor e equilíbrio no sabor. Uma leve acidez aparece somente depois que a temperatura sobe. Tem longa duração, então, aprecie-a com calma e paz. Só você, ou com um amigo, sem muita conversa e uma música calma. Bach é recomendado.
Deve ficar muito boa se combinada a alimentos amargos ou azedos, carnes pesadas e sobremesas cremosas.
Sua melhor característica é o aroma, com muito malte, tostado e melado. Não percebi o lúpulo, embora ela tenha um toque cítrico e um levíssimo avinagrado, que lembra vinho e uvas. Além do marcante álcool, é claro.
Maneira é sua trajetória; só é feita uma vez por ano, no dia 6 de dezembro, e envelhece 10 meses antes de ser engarrafada. Pode ser consumida bem depois da data de validade.
E se escrevi demais, culpe os 14%...