Olha, o confrade Mauro que me perdoe (ele ama essa cerveja): é uma boa cerveja, mas não achei nada de espetacular. Cerveja quase mítica, é tida como a lager mais forte do mundo. Coloração âmbar escuro, translúcida. Baixa formação de espuma bege rala, de curta duração. Depois de algum tempo some de vez e os desavisados que olham até pensam tratar-se de um licor. Carbonatação baixa. Encorpada. Textura licorosa. Aroma bem adocicado, no qual impera o malte, soberano: caramelo, tostado, algo lembrando amêndoas e, como não poderia deixar de ser com esse teor astronômico, álcool, é claro. O sabor segue o aroma, bem adocicado. Algum amargor dá as caras no final, que é também tostado, seco e alcoólico. Honra seja feita, o álcool, embora nítido, não agride o paladar, o que não deixa de ser um grande mérito, dada sua potência nesse sentido. O seu maior pecado, a meu ver, é ser enjoativa, com baixa drinkability, aquele tipo de cerveja em que beber a garrafa sozinho é quase missão impossível. Em quantidades mais exíguas, contudo, não deixa de ser uma cerveja interessante e peculiar, que vale a pena conhecer.