La Trappe Bockbier

Degustada no natal com meu amigo Rafael Frango. Cor vermelho escuro, meio acobreada, creme bege persistente, bom lacing. O aroma de frutas vermelhas, malte torrado, ameixas e acho que algumas notas de açúcar mascavo. No sabor, malte caramelizado, torrefação e notas de chocolate. Cerveja para dias mais frios. Boa bock!

Grande bock! Aromas e sabores de licor, frutas vermelhas, madeira, maltes tostados. Boa drinkability, equilibrada.

A velha e boa cerveja de inverno.
Sisuda e encorpada.
Frutada com frutas secas ou em compotas.
Malte tostado.
Chocolate, café e caramelo.

Cerveja com alguma licorosidade. Coloração brown caramelo. Carbonatação leve. No aroma, um buquê intenso de maltes torrados e caramelo. No sabor, retrogosto lupulado que contrabalanceia com o gosto inicial adocicado, ainda que o dulçor seja mais duradouro, mas não sem prejudicar a drinkability. Remete-se a jenipapo e frutas cristalizadas. O álcool a 7% não se sobressai muito no paladar, mas tem certa robustez no sabor e é perceptível aos mais treinados. Uma boa cerveja, mas que não sobressai tanto das demais bocks pelo fato de ser trapista. Recomendada.

Localizada próxima a cidade de Tilburg, porção holandesa da região de Brabante, a abadia de "Onze Lieve Vrouw van Koningshoeven" surgiu em 1881 quando monges franceses se instalaram em terras conhecidas como "De Koningshoeven" (que significa 'fazendas do Rei'), numa referência ao seu antigo proprietário, o então já falecido Rei William II. Em 1884 começaram a produzir e vender cerveja para sustentar o monastério e também fazer obras de caridade. Pertencentes à "Ordem dos Cistercienses Reformados de Estrita Observância", os monges trapistas seguem o princípio fundamental do "ora et labora", ou seja: oração e trabalho. Já a linha de rótulos denominados "La Trappe" surgiu em 1980 e teve como base receitas e processos utilizados nos anos 50. Atualmente, além de suas próprias cervejas, a "De Koningshoeven" utiliza sua capacidade ociosa para fabricar sob contrato receitas de outras cervejarias.

Única "bock" trapista, a "La Trappe Bockbier" foi lançada em 2004 e só é produzida no outono. Diferente das tradicionais cervejas "bock" (pertencentes a família das 'lager'), ela é uma 'ale' não-filtrada, refermentada na garrafa.

Como nos melhores espumantes, a garrafa é tampada por rolha de cortiça e gaiola. Forte estampido ressoa quando aberta. Vertida no cálice revela coloração castanha escura, porém contra a luz exibe rubi profundo. A espuma se forma alta, com a aparência de um creme de barbear bronzeado, extremamente persistente. Encantadora.

Aroma complexo, alcoólico, adocicado, rico em malte tostado/torrado com traços de toffee e açúcar queimado. Esterificado, também mostra nuances de banana caramelizada, uva passa e ameixa em calda. Na temperatura correta (8-12 °C) é incrível o que se pode tirar de seu bouquet.

Na boca apresenta corpo médio e textura porosa, com alta carbonatação. O caráter tostado/caramelizado do malte evoca admirável dulçor que se manifesta em sabores que vão do marzipan, passando pelo toffee, ameixa em calda até o chocolate. Suave amargor incide no final longo, quente e tostado. Retrogosto marcante de amêndoa e baunilha fecha com volúpia a experiência. Excelente.

Diferenciado, o rótulo é uma prova de como os monges trapistas imprimem seu "toque de Midas" a tudo que fazem. Uma "bock" de ouro. Experimente!