Dourada acobreada e transparente. Baixa espuma de baixa duração.
Fermento, álcool e um pouco de lúpulo no nariz, pouco volátil no geral.
Maltada, ácida e seca. Amargor médio no início que cresce evidente no fim. Fermento bem presente, porém não com características belgas.
Alta carbonatação, corpo baixo-médio, o álcool apesar de baixo é percebido.
Pale ale amarga, ácida e maltada, levedura bem aparente. Não muito diferenciada, apenas boa.
A saga da cervejaria "Malheur" (que significa "infortúnio" em francês) começa em 1773, quando Balthazar De Landtsheer, antepassado dos atuais proprietários, montou uma cervejaria chamada “De Halve Maan”. O negócio foi herdado por seu filho e depois passado para o seu neto que em 1839 mudou o nome da cervejaria para "Brewery De Zon", ou "Cervejaria do Sol" - nascendo aí o alaranjado forte que se tornou símbolo da marca.
Durante a Primeira Guerra, as atividades da cervejaria foram interrompidas pela primeira vez.
Pouco antes da segunda guerra, o poço que fornecia água acabou sendo contaminado por nitratos, impedindo assim a produção de cerveja própria. Com isso, a cervejaria passou apenas a engarrafar e vender cervejas de outros produtores, estabelecendo parcerias com conterrâneos da "Westmalle", "Mechelen brewery Lamot" (extinta) e importando dos tchecos a "Pilsner Urquell". Após mais um interrupção no período da Segunda Guerra, a família De Landtsheer seguiu as décadas seguintes trabalhando no universo cervejeiro através do plantio e secagem de lúpulos, porém nunca se dedicando à produção de bebida propriamente dita. Com a morte de Adolf De Landtsheer em 1991, seu filho Manu De Landtsheer voltou a alimentar o sonho de reativar a cervejaria.
Finalmente em 1997 o sonho se tornou realidade. Instalada na cidade belga de Buggenhout sob o nome de "De Landtsheer" (mais tarde, "Malheur"), uma nova fábrica da família De Landtsheer foi construída, permanecendo ativa até os dias de hoje com suas notáveis cervejas.
Líquido dourado e translúcido que forma colarinho branco mediano, cremoso e duradouro - deixando ao redor da taça marcas que simulam uma fina renda.
Perfumado, o aroma revela inebriante caráter cítrico e floral, remetendo à lima, limão siciliano e flor de limoeiro. Suave traço de malte, pitadas de especiarias e leveduras belgas surgem de maneira mais discreta, como bons coadjuvantes.
Na boca apresenta corpo médio/baixo com elevada carbonatação e surpreendente sensação refrescante. O paladar essencialmente cítrico traz novamente reminiscências de laranja lima, flor de limoeiro e limão siciliano. Suave dulçor de malte acompanha toques de levedura, com amargor contido e singela acidez. O final seco, levemente fenólico e lupulado deixa na boca uma agradável sensação de limpeza.
Cerveja "leve" para os padrões belgas, muito oportuna até mesmo para o verão brasileiro.