Hills Bier

Alexandre Müller Hill Maestrini
Updated 13 de Janeiro de 2017

Localização

Av Barão do Rio Branco, 2872, Juiz de Fora / Minas Gerais, Brasil - CEP 36016-311

Contato

Telefone
+55 (32) 98865-5253

Histórico

Início da produção caseira em 2015
Proprietários
Alexandre Müller Hill Maestrini
Fundado em 22 de Dezembro de 2016 por Alexandre Müller Hill Maestrini


Em 1981, o descendente de alemães e italianos Alexandre Hill Maestrini, nascido em 1963 em Juiz de Fora, decidiu mudar-se para o Rio de Janeiro, estudar educação física na UERJ e seguir carreira de jogador de vôlei profissional no Botafogo. Foram os primeiros contatos com as cervejas importadas, pois nessa época com 17 anos conhecia apenas as nacionais que o avô Geraldo Hill, descendente dos primeiros alemães de Juiz de Fora, trazia para casa, para degustar nas festas de domingo, junto com seu predileto chucrute e o pão alemão, comprado na colônia alemã do Borboleta. Segundo STEHLING, Geraldo Hill foi fundador e proprietário da Marcenaria Renascença, instalada na Rua São João com máquinas adquiridas da extinta Marcenaria “3 Reis Magos”. Com o objetivo de aumentar a produção transferiu a marcenaria para a Rua São Sebastião. Em 4 de maio de 1960, um incêndio de grandes proporções atingiu a fábrica. Segundo relatos da família Hill, Geraldo reabriu novamente uma oficina na Av. Sete de Setembro com o objetivo de produzir as entregas já comprometidas. Segundo Marilda Hill Maestrini, filha de Geraldo, o pai ao entregar os móveis prometidos encerrou as atividades da oficina definitivamente e, ironicamente, começou a trabalhar como corretor de seguros. Marilda se lembra que em ocasiões especiais, Geraldo levava alguns familiares aos encontros com amigos alemães no Bairro Mariano Procópio, Fábrica, São Pedro e Borboleta, pontos de encontro de imigrantes alemães e seus descendentes.
Alexandre lembra, com lágrima nos olhos, de sentir na pele a perda da identidade germânica e o medo que ele sentia quando, sempre muito curioso, perguntava ao avô: “Vô, quem eram seus parentes alemães?”; a resposta que sempre recebia era rápida e assustadora: ”Menino olhe pra frente! Pare de olhar pra trás!”, ”weiter!”. Hoje, após ter vivido 20 anos na Europa e ter resgatado a história da família Hill, pessoalmente no cartório da cidade de Wendelsheim, na Renânia Palatinda, confessa ter entendido o propósito do avô; como o medo dominava as gerações com perseguições e racismo sofrido pelos imigrantes alemães no Brasil, o avô tentava esconder o passado, pensando em proteger a família. Por sorte de Alexandre, os alemães não conseguiram esconder tudo. Em 1987, Alexandre foi para a Iugoslávia jogar na Universíade87, Campeonato Mundial Universitário, na seleção brasileira de vôlei. Ele nem imaginava que isso mudaria sua vida. Após o campeonato, decidiu, junto com dois amigos, ficar mais uns dias na Europa e visitar Roma, terra de seu outro avô italiano. Foi o primeiro encontro com a Birra Moretti italiana e outras importadas da Alemanha, Bélgica e Tchecoslováquia. Não tardou muito e um ano depois volta para a Europa, agora para jogar na Itália, iniciar sua carreira internacional e resgatando suas raízes italianas. Visitou Piombino, a cidade natal de seu avô Alberto Maestrini, cenário de tantas estórias do “vô Alberto” que foi passando para o pai, Sérgio Alberto Maestrini, e para os netos, Alexandre e irmãos.
Seguindo sua carreira de jogador profissional de vôlei, muda-se em 1989 para a Suíça alemã, onde aprende o idioma alemão e tem a oportunidade de conhecer profundamente a cultura alemã. Sem perceber, estava religando suas raízes germânicas, experimentou todas as cervejas possíveis entre 1989 e 2010, aprendendo o gosto pela gastronomia germânica combinada às deliciosas alemãs Erdinger, Paulaner, Berliner Weiß, Augustiner e a suíça Adler Bräu, fundada em 1828, ativa no Cantão Glarus desde então. De volta ao Brasil em 2010, descobre que Juiz de Fora oferecia cervejas especiais que lembravam as alemãs e se apaixona definitivamente pelas cervejas Brauhaus, Barbante, Tugas e encontrava amigos para uma cerveja escura Antuérpia, na Churrasqueira. De 2011 a 2014 Alexandre foi assessor do prefeito de Belo Horizonte Márcio de Araujo Lacerda, contratado para organizar o Plano de Mobilidade, Segurança e Saúde da Copa do Mundo de 2014. Por falar alemão, foi o responsável por receber as comitivas e seleção alemã na capital e conheceu o Cônsul Honorário da Alemanha em Minas Gerais, o alemão-brasileiro Viktor Sterzik, um apreciador de cervejas. Com ele experimentou várias das cervejas produzidas em pequenas cervejarias na capital mineira. Em 2013, no ano da Copa das Confederações, fez amizade com o mestre cervejeiro austríaco da Krugbier. O austríaco Herwig Gangl, fabrica cerveja em Minas Gerais desde 1997. Foi dessa amizade e de diversos papos com os alemães de “BH”, regados a cervejas de microcervejarias da capital, que Alexandre percebeu que a paixão pela cerveja poderia se tornar um negócio lucrativo. Nas conversas, Herwig contava também das dificuldades, as contribuições PIS/Cofins, IPI, ICMS, ICMS-ST, Contribuição Social e Imposto de Renda e o altíssimo ICMS de 20% em Minas Gerais. Alexandre entendeu o conselho que era preciso estudar e se aprofundar. Mas mesmo com todas as dificuldades, Herwig Gangl, nascido em família com fábrica de cerveja em Grieskirchner, na Áustria, nunca pensou em sair do Brasil e deixar o ramo. No “império da Krug Bier” são hoje 24 tanques fermentadores de aço de 12 mil litros e todo mês são utilizadas 37 toneladas de maltes importados da Europa e 100 mil garrafas vindas dos EUA.
Após a Copa do Mundo de 2015, Alexandre volta para Juiz de Fora para viver com a alemã Christine Müller. Christine veio com a última grande imigração alemã para a implantação da Mercedes-Benz de Juiz de Fora e trouxe seu filho, o cervejeiro Jeremy John, nascido em Berlim. Os três juntos já haviam criado em janeiro de 2014 o Instituto Autobahn, dedicado ao ensino do idioma alemão e à difusão da cultura alemã na cidade. Era o momento perfeito para casar as três paixões: alemã, alemão e cerveja. Como gostavam de degustar cervejas no sítio onde moram, no Bairro Novo Horizonte, Alexandre presenteia o enteado Jeremy John com um curso de cervejeiro de Cristiam Rocha. O entusiasmo do alemão Jeremy contagia Alexandre e a vontade de experimentar com suas próprias criações cervejeiras revive no descendente alemão. Decididos a criar uma cerveja própria, Alexandre começa em 2014 a conversar com cervejeiros, ler, estudar e escrever este livro sobre a produção a caseira de cerveja e sobre os produtores caseiros de Juiz de Fora. Procurou o SEBRAE para se capacitar, mas foi colocando a mão na massa em algumas oportunidades que percebeu que poderia fazer sua própria criação. Contagiado pelo vírus cervejeiro, participou, em 2015, da fabricação nas experiências caseiras de Weiler Finamore, Jeremy John e Lucas Wenzel, na Cervejaria São Bartholomeu. Em setembro de 2015, como cigano na cervejaria do amigo cervejeiro Fernando Lara, da Angicos Bier, produziu sua primeira cerveja Hills Bier, uma Weißbier, especialmente para a 2a Festa da Família Hill, em outubro de 2015, a Oktoberhill.
Curiosidade sobre a Alexandre Hill Maestrini:
Em 2011, Alexandre foi com os amigos Paulo Bittar de Oliveira e Mônica Barros Costa passear entre Cunha SP e Paraty RJ. Em uma bela tarde de domingo, por acaso, explorando a região, entraram para ver um local que parecia estar em outro mundo, um castelo nas nuvens. Por curiosidade contataram o proprietário, um alemão Thomas Rau que faz a cerveja em pequena escala baseado na escola alemã batizada de “Wolkenburg”, que significa “castelo nas nuvens” em português. Foi uma tarde de degustações e conversas em alemão sobre leis de pureza, negócio, natureza, investimentos no setor cervejeiro. Neste dia nasceu em Alexandre pela primeira vez a vontade de fazer sua própria cerveja
Fonte: Livro Cerveja, Alemães e Juiz de Fora

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