Embora normalmente prefira as German Pilsners às Bohemian Pilsner, vou tentar suprimir meu viés o máximo quanto o possível. Por outro lado, também não pretendo ser injustamente positivo só porque a Urquell foi a primeira Pilsen do gênero.
A Pilsner Urquell tem um corpo dourado levemente escuro (ou seja, meio laranja) e transparente. Das 3 garrafas que eu abri, todas as vezes a espuma era pequena e durava pouco. Também não percebi uma carbonatação muito forte.
Como era de se esperar pelo gênero, ela tem menos corpo que a Pilsen Alemã, mas o lúpulo lhe dá um frescor que é fenomenal. O aroma (sutil) é puro lúpulo, com algo que lembre grama ou ervas.
Outro forte da Urquell é seu amargor, bastante predominante mas não agressivo. O retrogosto também é amargo e refrescante. Isso tudo, junto com a carbonatação relativamente fraca, o baixo nível alcoólico e a leveza da cerveja (a presença do malte é bem mais sútil do que nas pilsners alemãs, como era de se esperar aliás) explicam a alta drinkability da Urquell.
Enfim, uma cerveja que as cervejas mainstream do Brasil deveria pegar como estudo de caso para aprender que, sim, é possível ter uma cerveja refrescante sem sacrificar o sabor.