A Chocarrubica é a cerveja da Grado Plato que mais me despertou interesse, desde que chegou ao Brasil. Já sou fã de Oatmeal Stout em geral e não poderia de deixar de provar uma com 30% de aveia na composição e ainda com adição de sementes de cacau venezuelanos e alfarroba, uma semente parecida com uma vagem, que cresce na região da Sicília.
Sua coloração é marrom bem escura e com alta turbidez. Seu creme é praticamente inexistente, provavelmente pela gordura contida no cacau.
O aroma é deliciosamente rico e traz boa combinação entre os maltes torrados e a adição dos elementos secundários. Já possível sentir uma pegada um pouco mas doce no aroma, lembrando muito mais chocolate ao leite e ovomaltine, do que o esperado chocolate amargo. A sensação doce combinada a esteres frutados e os maltes, trazem sensações de estar de cara com licores de diversas flavorizações, hora com frutas escuras (principalmente ameixa e cassis), hora com Amarula e as vezes até baunilha. De fundo, toques rústicos dão uma certa quebrada nos aromas delicadinhos, com potentes notas de tabaco e madeira, sem contar o álcool que já é levemente pronunciado.
Na boca continua bem agradável ,com aquela textura bem aveludada, graças a adição de aveia e que novamente traz uma gostosa combinação de chocolate e ameixas frescas. E na boca sim, vem os toques mais amargos do cacau, misturados a café verde e um fundo macio de baunilha. Seu corpo é médio, mas com uma textura extremamente cremosa e oleosa, e uma carbonatação praticamente zerada. O álcool acabou ficando como um dos pontos fracos da experiência, mesmo com os seus 7% relativamente modestos, aparecem de maneira agressiva.
Sinceramente, uma das melhores italianas que eu já provei, mostrando boa interação entre maltes, esteres e os insumos pouco comuns na cerveja, digamos assim. O ponto negativo vai para o preço, é claro, já que para tomar uma belezinha dessa no Brasil, tem que estar disposto a abrir bem o bolso.