Uma das primeiras pessoas com quem conversei sobre cerveja profundamente foi um professor de inglês de Chicago, chamado Chris. Certa vez tomávamos juntos uma Wals' Petroleum, quando o norte-americano me confidenciou: sua cerveja predileta se chama Breakfast Stout, da qual, após mais de meia década longe dos EUA, já estava com saudades.
Após aproximadamente um ano desta conversa, finalmente conheço essa cerveja, que figura entre as mais afamadas e bem faladas Russian Imperial Stouts. Como ela somente chega no Brasil no meio do ano, há uns 5 meses tentei um clone, baseado em uma receita do Brew Your Own e discussões do Homebrewtalk norte-americano. Infelizmente minha versão foi prejudicada por uma misteriosa infecção, fazendo que a grana investida em café e cacau de qualidade fosse perdida. Hoje percebo que meu clone ficou bastante parecido, embora eu não me sinta feliz com isso.
Confesso que me decepcionei com a Breakfast Stout. A cerveja, completamente negra, mantém uma fina e irregular camada de creme. Seu aroma é agradável, com nuances de café, madeira e leve álcool, mas não chega a ser impressionante (como a Even More Jesus ou a Old Rasputin). O sabor não entrega o que o aroma promete, destacando-se unidimensionalmente no torrado e no amargor do lúpulo, o que acaba comprometendo a sensação e a drinkability.
Deixo uma cerveja junto de minha pequena coleção de Russian Imperial Stouts. Pretendo abri-las todas no próximo inverno, daqui um ano. Vejamos como ela evolui.