Versão da imperial stout "Wake Up Dead" maturada por 12 meses em barris e depois blendada. Stout imperial cheia de personalidade, em que a madeira está muito bem integrada aos sabores de maltes (menos torrados e mais macios do que se espera do estilo, mas muito agradáveis) e frutas da receita original. O líquido preto e opaco sustenta uma espuma de médio desempenho. No aroma como no sabor, a passagem pelo barril se imprime de forma clara, com sabor amadeirado forte e levemente defumado e abaunilhado. Os maltes também estão lá, pendendo para o polo menos torrado do estilo, com toques acastanhados e de cereais tostados, muito agradável. Uvas passas e alcaçuz enobrecem e adocicam levemente o conjunto. O defeito é o álcool, agressivo demais já desde o aroma, queimado as narinas e subindo direto ao cérebro como um prego na testa. O amargor predomina claramente sobre uma doçura secundária correta e equilibrada, com forte sensação de salgado. O corpo é intenso para mediano, mais seca que em outras do estilo, com textura licorosa, alguma adstringência tânica, alta carbonatação e um aquecimento alcoólico um tanto excessivo. No conjunto, eu achei uma cerveja muito interessante e cativante, com madeira bem inserida (revelando blendagem competente) e uma paleta de sabores de malte que, apesar de incomum no estilo, casou muito bem com o conjunto. Grata surpresa!
